tag:blogger.com,1999:blog-41862912300966698952024-03-12T21:55:27.552-03:00Revirando rotinas."Não me lembro mais onde foi o começo, foi por assim dizer escrito todo ao mesmo tempo. Tudo estava ali, ou devia estar, (...) Cada vez mais acho tudo uma questão de paciência, de amor criando paciência, de paciência criando amor."
(Clarice Lispector)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.comBlogger245125tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-70662067982879137492009-09-17T10:15:00.001-03:002009-09-17T10:21:06.117-03:00<b><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-large;">TEM BLOG NOVO, PASSA LÁ PRA VER.</span></b><div><br /></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">CLICA </span><a href="http://silvalina.wordpress.com"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">AQUI</span></a></div>Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-54743075254231641212009-03-27T16:02:00.001-03:002009-03-27T16:04:20.182-03:00Onde está?Quero saber onde foi parar o Fala Cidadão que havia no site da prefeitura. Será este um reflexo da extinção da pasta da Comunicação do atual governo, visto que este mecanismo era respondido e acompanhado pelo Secom?<br /><br />Fica a questão.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-24006161145722540322009-03-23T15:35:00.000-03:002009-03-23T15:36:05.865-03:00...Eu acho que estou começando a ficar preocupada. Mas só acho.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-62779636524250654852009-03-14T20:47:00.002-03:002009-03-14T20:51:23.131-03:00Escolhas.Dentro do pacote de crescer, vem junto o poder de decisão, a necessidade das escolhas para nossa trajetória. Eu já cheguei neste patamar, agora estou fazendo escolhas das quais todos os dias penso se terão sido certas. Ainda não sei. Mas espero que depois o arrependimento não bata na minha porta.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-36532117235845920412009-03-07T19:36:00.002-03:002009-03-07T19:39:22.970-03:00Mulherzinha, de saia rodada e flor no cabelo.No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, como redução na carga diária de trabalho para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.<br /><br />A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. Porém, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas apenas em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).(*)<br /><br />O feminismo é um movimento que luta pela igualdade entre homens e mulheres. Político, social ou ideológico, tem meu total apoio, não tolero discriminação com as mulheres. Sabe aqueles comentários no trânsito “só podia ser uma mulher” ou “se fosse homem não teria feito isso” e coisas parecidas? Detesto quando ouço. Sou feminista e não vejo porque as mulheres estarem abaixo da classe masculina. Não concordo com um único dia para as mulheres. Sou mulher todos os dias e quero todos eles sendo meus. Dedicar somente um dia a mim, já é me excluir.<br /><br />Trabalho todos os dias, como os homens. Faço coisas que geralmente eles fazem, como instalar a pia da cozinha, trocar a lâmpada, substituir a resistência do chuveiro quando queima e também trocar o chuveiro. De tudo que tentei em casa, só não consegui montar o guarda-roupas. Aposto que a Anita Garibaldi, mesmo carregando um filho em um dos braços e no outro um fuzil, também arrumava tempo para alguma lide caseira durante a Revolução Farroupilha. Por certo, não tinha escravos que fizessem isso por ela.<br /><br />Em terras brasileiras os primeiros movimentos em favor da igualdade das mulheres aconteceram no século XIX, quando a mulher era excluída da sociedade e proibida de ter os mesmos direitos dos homens. Já no século XX, em 1922, foi fundada a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que lutava pelo voto, escolha do domicílio e pelo trabalho das mulheres sem que fosse preciso a autorização dos maridos. A federação foi fundada por Berta Lutz, grande nome do feminismo brasileiro.<br /><br />A reivindicação de nossos direitos é uma ação válida, mas não abro mão de coisas bem femininas. Adoro limpar a minha casa, amo cozinhar e tomar conta dela. Bem coisa de avó e bisavó, que viviam para isso, além de cuidar de filhos e maridos.<br /><br />Profissionalmente, não sei se nasci para ser chefe. Submissão? Não. Talvez coisas de perfil. Todas estas atitudes prafrentex e lutas pela igualdade de gêneros têm minha adesão. Mas não abro mão de ser uma senhora/senhorita também, com afazeres domésticos e tudo.<br /><br />Geralmente uso calça jeans, camiseta e tênis, parecendo um homenzinho, mas como gosto de ser uma mulherzinha, de saia rodada e flor no cabelo.<br /><br />* fonte <a href="http://www.suapesquisa.com/">http://www.suapesquisa.com/</a> e Wikipédia.<br /><br />(publicado no www.claudemirpereira.com.br)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-59203994743306120542009-03-05T21:35:00.002-03:002009-03-05T21:37:45.497-03:00Será que o amor é uma dor?Como a gente sabe que ama uma pessoa? Seguido me questiono quanto a isso, pois sou muito de materializar as coisas, preciso de fatos palpáveis como justificativas. Uma amiga disse que sabe isso quando quer estar sempre junto do outro ou, se está longe, sente saudades. Mas isso não significa necessariamente amor.<br /><br />Já ouvi mil justificativas, como a de querer estar sempre perto, a tal de sensação de borboletas voando na barriga, vontade de encher de apertões e coisa e tal. Mas de tanto conversar e questionar os diferentes modos de amar, vi que de todas as formas nas quais tentamos materializar este sentimento que move o mundo (eu acho que é o amor que move o mundo, nem que seja o amor pelo dinheiro, poder, qualquer coisa que seja, mas sempre amor) viram bobagens.<br /><br />Parece tão pouco. Toda quarta ou sexta-feira que meu namorado está para chegar eu fico tão nervosa a ponto de não querer vê-lo mais, tamanho o nervosismo que me toma. É aí que vejo que o amo muito, apesar de nunca ter pensado na real existência deste bem querer entre duas pessoas. São nesses momentos que vejo todo este amor ou num sorriso, num pedaço de chocolate roubado e no pedido para alcançar um copo de coca-cola. De qualquer forma, parece uma coisa tão boba.<br /><br />Quem nunca ouviu um comentário do tipo “bah, aquela menina tão bonita com aquele cara tri feio”? São coisas que só o amor explica ou pelo menos tenta explicar. E se esta mesma menina for explicar, ela vai dar milhões de motivos para amá-lo, que para nós provavelmente parecerão bobas. Mas para ela são motivos mais que suficientes para tanto e para achá-lo o homem mais lindo da face da terra.<br /><br />De todas as hipóteses, não sei o que parece fazer mais sentido e que seja algo que realmente comprove que amor é amor e não dependência, companheirismo ou apenas costume. É como perguntar se o copo está meio vazio ou meio cheio, sendo que ele está na metade ou então por que nos bailes de carnaval de clubes as pessoas dão voltas no salão no sentido anti-horário e não horário. Estas perguntas não provam nada, mas trazem mais questionamentos. Quase uma propaganda da Pepsi. <br /><br />De acordo com a Wikipédia, “a palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e alimentar as estimulações sensoriais e psicológicas necessárias para a sua manutenção e motivação”.<br /><br />Entendeu? O que prova que uma pessoa ama a outra? O que é o amor? Como sabemos que amamos? Bom, para mim o que mais materializa o amor é aquela cena clássica do beijo apaixonado em que a mocinha levanta a perna para trás, embora isso não signifique que ela o ame. <br /><br />Será que o amor é uma dor?<br /><br />(publicado em www.claudemirpereira.com)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-35130132720288322362009-03-05T21:17:00.003-03:002009-03-05T21:43:53.413-03:00Por que...... às vezes, assim que descamos uma laranja imensa, ela vira uma laranjinha de nada?<br />Por que as voltas no salão nos bailes de carnaval de clubes é no sentido anti-horário?<br />Por que, quando estão ruins, as coisas sempre podem ficar piores ainda?<br />Por que ainda recebo e-mail para fazer releases da secretaria de cultura?<br />Por que todos os dias às 14h30 eu já estou com fome, mesmo depois de ter almoçado que nem bicho?<br />Por que as pessoas têm mau humor?<br />Por que o Tisbe corre como louco por todos os cantos da casa?<br />Por que às vezes a competência das pessoas não é levada em consideração?<br />Por que o Roth não entende que ele não faz bem para o Grêmio e por que o Ronaldo insiste em jogar futebol?<br /><br />"números, números, números... o que é, o que são, o que dizem sobre você?"Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-80646062115364121182009-02-06T17:03:00.000-03:002009-02-06T17:05:01.674-03:00“Não me venha com chorumelas”.Como as pessoas têm dificuldade de lidar com certas situações, não é? Ontem, olhando o BBB9, ou melhor, passando os olhos pela televisão presenciei uma briga. Uma briga das feias, com gritos, xingamentos, raiva e choro. Sinceramente, não entendo o motivo de as pessoas brigarem no Big Brother. <br /><br />Vamos partir do princípio, aquilo é um jogo. Um jogo no qual as pessoas votam e são votadas para que no final reste somente um, sendo este o grande vencedor. Bom, se a sistemática é esta, por que cargas d’água eles ficam bravos quando são votados e quando os agraciados com a escolha dos colegas são seus mais chegados? Chegam a ser ridículas aquelas brigas, isso sem mencionar a criancice do desenrolar da peleia. Homens de, acredito eu, trinta e poucos anos chamando as meninas de “loiras aguadas”. Venhamos e convenhamos, eles já estão lá prestando um papel ridículo, que pelo menos tenham a capacidade de brigar direito.<br /><br />Pior que isso só as brigas via jornal entre a antiga administração e o novo governo que habita o Centro Administrativo Municipal. Parece que vejo uma inversão de ações. Quem deveria chorar, não está chorando. Concordo plenamente com a Frida (perceba a intimidade!) que falou na última semana sobre estarem acabando os estoques de lenços da cidade de tanto que estes nem tão novos administradores choram. Choro de perdedor, se fosse regra acontecer depois de definidos os eleitos e os depostos, teria que ser dos que saíram, dos que ficaram oito anos trabalhando e tiveram parte deste trabalho interrompido. Não entendo o porquê de tantas lágrimas. <br /><br />Este mandato iniciou com inúmeras obras em andamento, obras estas que ao final de quatro anos nem será mais lembrado o período em que iniciaram e, com certeza, a maioria da população dará crédito aos que as inaugurarem. É uma triste constatação que não trará mérito algum para os que as planejaram. Só isso já é motivo para diminuírem um pouco o rio de chorumelas. <br /><br />São tantas as dificuldades que alegam. Um dia é problema com as praças, no outro com a iluminação, com as ruas, com isso e com aquilo. Acredito que se está de mau humor e vai ficar reclamando, nem vai para a festa. Fica em casa, que pelo menos não incomoda ninguém. Minha mãe sempre diz que ficar chorando as pitangas não adianta nada. Big Brother com os eleitos e os depostos não ia ter muita graça, ia ser algo do tipo “34 buracos na Rua do Acampamento. Mal feito”. <br /><br />Lembrei do personagem da Escolinha do Professor Raimundo: “Não me venha com chorumelas”.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-34805142175217685802009-02-05T20:48:00.001-03:002009-02-05T20:50:24.394-03:00Quem não é possessivo nessa vida, não é?A Ane é muito engraçada. Ela é a única pessoa que conheço que é tomada por um sentimento de posse do tamanho do mundo. Ela é aquele tipo que quando termina um relacionamento nunca consegue que a decisão seja definitiva no quesito contato. Ela tem que enviar uma carta, um e-mail, dar um telefonema ou mesmo mandar um sinal de fumaça. Cheguei a pensar que fosse por que o desejo de término não era verdadeiro. Mas não, é puro capricho. O que ela quer mesmo é receber uma ligação, um e-mail de resposta ou olhar para o céu e ver algo que represente uma resposta ao seu sinal. <br /><br />E o pior não é isso. Também cheguei a pensar que ela não atentava para o que fazia, mas ela sabe. Sabe exatamente o que faz e o motivo pelo qual faz. Qual sua resposta? “Eu sei. Meus amores e meus amigos são sempre meus. Até dos inimigos tenho ciúmes”. <br /><br />Por isso digo que ela é sensacional. Parece aquela mãe pata com seus patinhos caminhando por aí. Ela é possessiva de uma maneira que nunca vi. Mas é uma possessiva do bem. Nada de grupos de apoio para ajudar no desapego de coisas e pessoas. Não. Ela só quer ter sempre os patinhos sob suas asas. E falo isso no sentido maternal ou fraterno que a imagem que me veio à cabeça representou. <br /><br />Quem não é possessivo nessa vida, não é? Meu cachorro é só meu, minhas canetas ninguém toca e as dos outros eu surrupio descaradamente. Minha mãe e meu pai são mais meus que de minha irmã, levando em consideração o “tempo de uso” e esta mesma irmã não vai para o Planeta Atlântida nem com banda de música. <br /><br />De resto, não sou muito apegada às coisas, exceto alguns vestidos. Quanto às pessoas, até queria aprender com a Ane a conservar as amizades, tem algumas que foram se perdendo com o tempo, com a vida de gente grande e com os lugares que ficaram nas páginas do diário. Como ela mesma diz, nunca me deixem tomar uma cerveja sozinha como aquele cara ali no canto, por favor. <br /><br />Preciso rever algumas coisas. <br /><br />(publicado originalmente em www.claudemirpereira.com.br)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-11026216709080396082009-01-30T10:40:00.002-03:002009-01-30T10:54:17.897-03:00Que diacho! Eu gostava do meu cusco.Entendo. Envelheci entendendo.<br />Bicho não tem alma, eu sei bem,<br />mas será que vivente tem?<br /><br />Que diacho! Eu gostava do meu cusco.<br />Era uma guaipeca amarelo,<br />baixinho, de perna torta,<br />que me seguiu num domingo,<br />de volta de umas carreira.<br /><br />Eu andava meio abichornado,<br />bebendo mais que o costume,<br />essas coisa de rabicho, de ciúme,<br />vocês me entendem, ele entendeu.<br /><br />Passei o dia bebendo<br />e ele ali no costado<br />me olhando de atravessado,<br />esperando por comida.<br /><br />Nesse tempo era magrinho<br />que aparecia as costela.<br />Depois pegou mais estado<br />mas nunca foi de engordá.<br /><br />Quando veio meu guisado,<br />dei quase tudo prá ele.<br />Um pouco, por pena dele,<br />e outro, que nesse dia,<br />só bebida eu engolia<br />por causa dos pensamento.<br /><br />Já pela entrada do sol,<br />ainda pensando na moça<br />e nas miséria da vida,<br />toquei de volta prás casa<br />e vi que o cusco magrinho<br />vinha troteando pertinho,<br />com um jeito encabulado.<br /><br />Volta prá casa, guaipeca!<br />Ralhei e ralhei com ele.<br />Parava um puco, fugia,<br />farejava qualquer coisa,<br />depois voltava prá mim.<br />O capataz não gostou,<br />na estância só tinha galgo,<br />mas o guaipeca ficou.<br /><br />Botei o nome de sorro,<br />as crianças, de brinquinho,<br />mas o nome que pegou<br />foi de guaipeca amarelo.<br /><br />Mas nome não é o que importa.<br />Bicho não tem alma, eu sei bem.<br />Mas será que vivente tem?<br /><br />Ficou seis anos na estância.<br />Lidava com gado e ovelha<br />sempre atento e voluntário.<br />Se um boi ganhava no mato,<br />o guaipeca só voltava<br />depois de tirá prá fora.<br /><br />E nunca mordeu ninguém!<br />Nem as índia da cozinha<br />que inticava com ele.<br />Nem ovelha, nem galinha,<br />nem quero-quero, avestruz.<br />Com lagarto, era o primeiro<br />e mesmo piquininho<br />corria mais do que um pardo.<br /><br />E tudo ia tão bem...<br />Até que um dia azarado<br />o patrãozinho noivou<br />e trouxe a noiva prá estância.<br />Era no mês de janeiro,<br />os patrão tava na praia,<br />e veio um mundo de gente,<br />tudo em roupa diferente,<br />até colar, home usava,<br />e as moça meio pelada,<br />sem sê na hora do banho,<br />imagino lá no arroio,<br />o retoço da moçada.<br /><br />Mas bueno, sou doutro tempo,<br />das trança e saia rodada,<br />até aí não tem nada,<br />que a gente respeita os branco,<br />olha e finge que não vê.<br />O pior foi o meu cusco,<br />que não entendeu, por bicho,<br />a distância que separa<br />um guaipeca de peão<br />da cachorrinha mimosa<br />da noiva do meu patrão.<br /><br />Era quase de brinquedo<br />a cachorrinha da moça.<br />Baixinha, reboladera,<br />pêlo comprido e tratado,<br />andava só na coleira<br />e tinha medo de tudo,<br />por qualquer coisa acoava.<br /><br />Meu cusco perdeu o entono<br />quando viu a cachorrinha.<br />E les juro que a bichinha<br />também gostou do meu baio.<br />Mas namoro, só de longe<br />que a cusca era mais cuidada<br />que touro de exposição.<br /><br />Mas numa noite de lua,<br />foi mais forte a natureza.<br />A cadela tava alçada<br />e o guaipeca atrás dela<br />entrou por uma janela<br />e foi uma gritaria<br />quando encontraram os dois.<br /><br />Achei graça na aventura,<br />até que chegou o mocito,<br />o filho do meu patrão,<br />e disse prá o Vitalício<br />que tinha fama de ruim:<br />Benefecia o guaipeca<br />prá que respeite as família!<br />Parecia até uma filha<br />que o cusco tinha abusado.<br /><br />Perdão, le disse, o coitado<br />não entende dessas coisa.<br />Deixe qu'eu leve prá o posto<br />do fundo, com meu cumpadre,<br />depois que passá o verão.<br />Capa o cusco, Vitalício!<br />E tu, pega os teus pertence<br />e vai buscá teu cavalo.<br /><br />Me deu uma raiva por dentro<br />de sê assim despachado<br />por um piazito mijado<br />e ainda usando colar.<br />Mas prometi aqui prá dentro:<br />mesmo filho do patrão,<br />no meu cusco ninguém toca.<br />Pego ele, vou m'embora<br />e acabou-se a função.<br /><br />Que diacho! Eu gostava do meu cusco.<br />Bicho não tem alma, eu sei bem.<br />Mas será que vivente tem?<br /><br />Campiei ele no galpão,<br />nos brete, pelas mangueira<br />e nada do desgraçado.<br /><br />No fim, já meio cansado,<br />peguei o ruano velho<br />e fui buscá o meu cavalo.<br />Com o tordilho por diante,<br />vinha pensando na vida.<br />Posso entrá numa comparsa,<br />mesmo no fim das esquila.<br />Depois ajeito os apero<br />e busco colocação,<br />nem que seja de caseiro,<br />se não me ajustam de peão.<br />E levo o cusco comigo<br />pois foi o único amigo<br />que nunca negou a mão.<br /><br />Nisso, ouvi a gritaria<br />e os ganido do meu cusco<br />que era um grito de susto,<br />de medo, um grito de horror.<br />Toquei a espora no ruano<br />mas era tarde demais.<br />Tinham feito a judiaria<br />e o pobrezinho sangrava,<br />sangrava de fazê poça<br />e já chorava fraquinho.<br /><br />Peguei o cusco no colo<br />e apertei o coração.<br />O sangue tava fugindo,<br />não tinha mais esperança.<br />O cusco foi se finando<br />e os meus olho chorando,<br />chorando como criança.<br /><br />Que diacho! Eu gostava do meu cusco.<br />Bicho não tem alma, eu sei bem.<br />Mas será que vivente tem?<br />Nessa hora desgraçada<br />o tal mocito voltou<br />prá sabê pelo serviço.<br />Botei o cusco no chão,<br />passei a mão no facão<br />e dei uns grito com ele,<br />com ele e com o Vitalício!<br /><br />Ele puxô do revólver<br />mas tava perto demais.<br />Antes que a bala saísse,<br />cortei ele prá matá.<br />Foi assim, bem direitinho.<br />Não tô aqui prá menti.<br />É verdade qu'eu fugimas depois me apresentei.<br />Me julgaram e condenaram<br />mas o pior que assassino,<br />foi dizerem que o motivo<br />era pouco prá o que fiz...<br /><br />Que diacho! Eu gostava do meu cusco.<br />Bicho não tem alma, eu sei bem.<br />Mas será que vivente tem?Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-40947854073875794092009-01-30T09:40:00.003-03:002009-01-30T09:56:20.326-03:00Dia da saudade.Hoje, 30 de janeiro, é dia da saudade. Tenho saudade de tanta coisa.<br />Saudade do meu namorado todos os dias comigo. Da Fran falando bobagens diariamente, nem que fosse pelo msn. Saudade de ir com ela no Ponto mais de uma vez por semana. Mas enfim... Saudade da Mariana querendo comer cachorrinho toda semana, do Mikel enchendo o saco, vindo com suas teorias e dizendo que não quer saber de conversas de meninas e que tem coisas que ele não precisa e não quer saber.<br /><br />Saudade do carreteiro e do feijão da minha mãe no sábado ao meio-dia. Do carro da Secom que nos proporcionou milhões de momentos de risos incontroláveis. Saudade de quando morava em Bagé na pensão da velha do cifrão no olho e até de lavar roupa escondido na máquina de lavar dela. Saudade de ir lá na Aline de tarde quando não tinha o que fazer. Saudade da Jeanne e do Gerri me dando pautas de relações internacionais e convidando pra uma cerveja.<br /><br />Da Jaiana e da Fabi dando risada com nossas histórias engraçadas. Do Feijão querido, que se foi aos 17 anos. Quando fui a São Borja até quis colocar uma cruz onde ele foi enterrado, mas não me deixaram... ehehehhehe. Dos amigos queridos de Bagé. A Deise, Fernanda, a Biazinha, o Diego, o Gringo e tantos outros.<br /><br />Saudade de tanta coisa. Das músicas que eu cantava há tempos e que ainda estão entre as minhas favoritas. Do Gil e do Zé. De semana farroupilha em São Borja. Acho que tenho saudade até da Feira da Economia Solidária. Era uma confusão mas eu gostava.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-34989731264904874982009-01-17T18:18:00.004-03:002009-01-17T18:25:12.581-03:00eu não sei.Maiquel acabou de perguntar quais meus planos para o futuro.<br />Não sei quais são.<br /><br />"esqueça o roteiro, não pergunte que horas são... eu não sei"Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-83653138392933562402009-01-17T18:08:00.000-03:002009-01-17T18:09:18.623-03:00o resto é mar.Hoje faz dois anos que me formei, me tornei bacharel em Comunicação Social, habilitação Jornalismo. Também faz um ano que estou na Tríade, agora Inox.<br /><br />365 dias vezes dois nem parece muito tempo, mas são 730 dias, considerando 2008 que foi ano bissexto, temos somado 731. E foi tanta coisa que aconteceu neste tempo. Tanta coisa boa e algumas ruins, mas que não apagaria de maneira nenhuma do meu livro. Talvez tenham sido estas que fizeram e ainda estão me fazendo crescer.<br /><br />Profissionalmente estou mais esperta, mais segura, embora viva naquele constante estágio do aprendizado. Pessoalmente continuo feliz, mas uma felicidade diferente, com outros motivos. Não sei como funciona a medição do grau de felicidade, mas a minha foi somando algumas coisas.<br /><br />"o resto é mar, é tudo que eu não sei contar..."Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-33763197243137275922009-01-17T18:02:00.001-03:002009-01-17T18:10:35.828-03:00Desejar já é se importar.Este final de semana fui a Porto Alegre. Havia me inscrito em um concurso cujas provas eram domingo. No sábado, na chegada à cidade, fomos ao shopping. Muito movimento de carros, muitas lojas, algumas boas promoções e muita, mas muita gente. Pessoas de todos os tipos com os mais diversos comportamentos. Sou das que não perdem um detalhe, vi cenas interessantes durante a tarde no shopping.<br /><br />Vi uma senhora cadeirante que estava tendo um ataque de choro no meio do local, no segundo pavimento. Ela estava com seu marido (não sei se de fato era marido, de papel passado, mas vivendo junto já considero como tal), ele tentava consolá-la, mas ela gritava e chorava. Por um minuto ela parou, olhou para o lado e pareceu se perguntar o que estava fazendo, ou mesmo o que fazia ali e o porquê.<br /><br />Passando por uma loja de bolsas, uma família vinha: mãe, pai e filho. A mãe olhou na direção das bolsas, fitou o marido, fez um sinal com os olhos e um som com a boca, como se pedisse para comprar um daqueles artigos. O pai/marido despistou-a de forma sensacional. “O quê? Não ouvi. Bah, olha ali que loja legal, estou precisando de tal coisa”, apontando para o lado oposto às bolsas.<br /><br />Entre tantas pessoas, inúmeras ações e comportamentos normais ou convencionados como normais e os ditos anormais ou estranhos, me pergunto se houve alguém que tivesse me observado. Mais que isso, me questiono se alguém me observou e analisou minhas atitudes e reações.<br /><br />Vi pessoas em lojas atrás de promoções e reclamando do alto preço de alguns artigos. Teria alguém me visto entrando nas maiores lojas, olhando meio por cima, buscando algo que me enchesse os olhos? Fui ao banheiro, me perdi lá dentro, fiquei em dúvida se levava este ou aquele produto. Será que alguém, além do vendedor, notou isso? Mais que ver e sentir as coisas, o que vale é a capacidade que temos de nos importar. Diariamente vemos milhões de coisas, pessoas indo e vindo, fazendo o mesmo ou coisas diferentes de nós. Mas o que interessa é o quanto nos importamos.<br /><br />Não presenciei a sequência daquela senhora na cadeira de rodas, tampouco da adoradora de bolsas. Mas a primeira deve ter recebido o carinho do marido e sua preocupação em saber o que acontecia. A segunda foi carinhosamente conduzida pelo seu amante (pessoas que se amam são amantes) até a referida loja, adquiriu a bolsa mais bonita e de maior preço, sem nem pestanejar. Assim, desejo e desejar já é se importar.<br /><br />E quanto a mim? Quando fui procurar meu casaco no balcão de informações, lá estava ele. Alguém pode ter me visto e, mais que isso, se importou com a perda do acessório, talvez até sem nem saber quem era a dona dele.<br /><br />(publicado originalmente no <a href="http://www.claudemirpereira.com.br/">www.claudemirpereira.com.br</a>)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-81011617733285662792009-01-12T15:03:00.000-03:002009-01-12T15:04:36.097-03:00Iguaria: nova alternativa de restaurante em Santa Maria.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEB-Dsy5bf0DdD3v-1h4HiYzt-3vGcOQk4iPnAqfq7jeQhCpZXqIjW5XHYM-SQyhbPg2puHGV0aIU7S472KfG-L29yEXQzD6aRkRtzUf2x_U274Os3hxn6RGzF3TpnKzMdMCoqToloT5Ow/s1600-h/garimpo_iguaria_18-12-08ok.jpg"></a>Na segunda quinzena de janeiro inaugura mais uma opção de restaurante na cidade. O Iguaria será um espaço diferenciado, com decoração artesanal, cardápio reunindo diversas cozinhas, além da união do restaurante com a loja Garimpo Brasil. Idealizado por Vinícius Torres, o Chef Diego Braga e Fernando Correa, este será um espaço moderno, uma proposta que não deixa de lado o que o santa-mariense aprecia e os gostos do povo gaúcho, mas também trará a culinária japonesa, uruguaia, italiana e de outros estados do Brasil.<br /><br />“Estaremos sempre buscando coisas novas. Teremos vários tipos de bebidas, desde a cerveja, espumantes e uma carta de vinhos. Nosso cardápio será trocado pelo menos quatro vezes ao ano, atendendo às tendências das estações, incluindo carnes, grelhados, risotos, entre outras especialidades”, comentou Vinícius. O Iguaria funcionará na Avenida Medianeira, em local totalmente adaptado para oferecer conforto e um ambiente agradável aos apreciadores de uma boa comida e bebida.<br /><br />Com um deck com espaço para 65 lugares, além da área interna com capacidade para outras 35 pessoas, este promete ser um local distinto, decorado com um exclusivo projeto paisagístico e peças artesanais da Garimpo Brasil, vindas de diferentes locais do país. “Nossa idéia é trazer um pouco de cada coisa, de cada lugar, e reunir tudo em um mesmo local. Trabalhamos com artigos de todo o país, artesanato do interior do Rio Grande do Sul, assim como do interior da Bahia ou Minas Gerais”, salientou Fernando, que além de sócio do Iguaria é proprietário da Garimpo junto a Fernanda Silveira.<br /><br />A partir da inauguração do Iguaria, a Garimpo Brasil passará para o novo endereço, ao lado do restaurante, também na Medianeira. Todos os artigos do restaurante poderão ser obtidos na loja. “Esta interação entre os dois lugares acho que vai ser bem legal, porque quem vier aqui no Iguaria jantar e gostar do enfeite de mesa, por exemplo, vai poder adquirir na loja que vai estar exatamente aqui ao lado”, destaca Fernando.<br /><br />Estarão dando um sabor ímpar aos pratos os chefs Diego Braga, também proprietário do Iguaria, e Kenji Itakura, especializado na comida japonesa. Serão pratos como Salada de Haddock e Carpaccio com Manga e Limão, Salada Caprese, Salada Caesar, Risoto de Açafrão, Entrecot Grelhado com Espeto de Vegetais e Queijo Coalho, Molho de Vinho do Porto com Risoto de Rúcula, entre outros petiscos, saladas, filés, massas, sobremesas e a tradicional A La Minuta.<br /><br />A data da abertura do Iguaria ainda não está definida, devendo ser divulgada nos próximos dias. O restaurante estará localizado na Avenida Medianeira, nº 110, próximo à rótula da Expresso Mercúrio. O telefone para contato é o 3028.4334.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-66925561354181318542008-12-23T13:31:00.002-03:002008-12-23T13:40:45.043-03:00Última(s) do ano.De todas as expectativas para a(s) última(s) cerveja(s) do ano no Ponto de Cinema, nenhuma foi cumprida. Eu não queria beber muito, não me estender muito no horário, e não gastar muito. Foi tudo por água abaixo.<br /><br />Mas a noite estava deveras divertida, como há tempos não acontecia. Só para arrematar antes de ir embora às 3h da manhã, duas tequilas.<br /><br />De tudo, só tenho uma coisa a dizer. Já fui muito mais forte nessa vida.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-70845202201275156522008-12-19T20:18:00.001-03:002008-12-19T20:18:56.518-03:00Artigo 1º do capítulo I.Sou jornalista por ter vocação para isso, embora muitas vezes tenha algumas dúvidas. Acredito numa comunicação feita da forma mais ética possível, e digo ética por sustentar que a imparcialidade não existe, logo não poderia pedir que fosse imparcial. Somos seres completamente parciais e no exercício da profissão levamos certas coisas em consideração, tais como bagagem cultural, aprendizados da academia, gostos e preferências, ideologia, seja nossa ou da empresa na qual trabalhamos, e a linha que nossa reportagem tem.<br /><br />Me fascina o poder da televisão e do rádio de chegar a milhares de casas, sendo os companheiros de muitas pessoas. Quando era pequena tínhamos uma televisão com imagem preta e branca que não “pegava” muito bem, eu colocava a cadeira bem na frente, ficando a uns dez centímetros da tela. Adorava televisão, e quando comecei a prestar atenção nela com o desejo de ser como os que via na tela, gostei mais ainda. Acho interessante a relação que se estabelece entre veículo e público.<br /><br />Sabia que a única profissão que chegava mais perto daquilo era o jornalismo. Fui fazer jornalismo e nem sabia direito como era. Tinha ciência que lidava com a informação, mas nem sabia de que maneira ela se processava. No meio do caminho fui gostando de rádio. Fui descobrindo como ele era, sua história, como era a linguagem e me interessei. Também na metade do caminho conheci a assessoria de imprensa, que também não sabia o que era. Era uma das ramificações do jornalismo, mas desconhecida para mim. Aos poucos fui aprendendo, trabalhando e constatando a importância que a assessoria de imprensa tem para uma empresa, instituição ou pessoa.<br /><br />Vejo cada vez mais a necessidade de se fazer uma assessoria de comunicação e não somente serviços de jornalista a um assessorado. Um setor com serviços integrados de jornalista, publicitário e relações públicas. Aos poucos as empresas vão optando por profissionais multifacetados, que dominem estes três campos, o que acaba reduzindo gastos e cortando o número de pessoal. O profissional que consegue reunir todas estas tarefas acaba sendo mais bem remunerado, mas eu ainda acredito que a união de profissionais faça o trabalho render mais, traga mais dinâmica e criatividade, oferecendo melhores resultados ao cliente.<br /><br />Um dos ganhos dos últimos anos da cidade, com certeza, foi o trabalho que se estabeleceu na Secretaria de Comunicação do município. Quando se passou a fazer jornalismo de verdade para informar as ações, prestar contas e responder os questionamentos da cidade. Os colegas que antecederam meu tempo e os que vieram depois de mim fortaleceram e estreitaram, e nisso me incluo também, os laços com a imprensa, que soube a quem recorrer nas mais diversas situações. Passou a ser uma referência e somente estava cumprindo seu dever.<br /><br />É direito de toda a comunidade santa-mariense ter acesso às ações da prefeitura. Por isso, deixo aqui meu protesto quanto à extinção da Secretaria de Comunicação pelo governo que se inicia em 1º de janeiro. O direito à informação está expresso no artigo 1º do capítulo I do código de ética da categoria. Ele assegura “o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”.<br /><br />Não sei como vai ser, mas espero que meu direito à informação seja respeitado.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-90300660082516323812008-12-12T13:04:00.002-03:002008-12-12T13:10:28.423-03:00Tisbe.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtCDhT-VCW48RTiAjsMP944hCI3syKQsTQpD1vyMHzWfKThQx3sHjVViF0_lxbm9PNpMcceIjxtryDpcMPHFWxG-y4XR7IeUoPIwhlAjQDrea4SKDOdz1d-U7KT_kjlfi-bvTsM41S4R3z/s1600-h/DSC01079.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5278935826468002994" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtCDhT-VCW48RTiAjsMP944hCI3syKQsTQpD1vyMHzWfKThQx3sHjVViF0_lxbm9PNpMcceIjxtryDpcMPHFWxG-y4XR7IeUoPIwhlAjQDrea4SKDOdz1d-U7KT_kjlfi-bvTsM41S4R3z/s400/DSC01079.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcPmJzVyz63Et2lbtf_o0kRfrN4v7Oiqu9gCRCLy-efkOVLWDrDn_yms1YyezdzBmPeRXk9s9xqsblfZNC8lYySqFUa8MouJMXA7oXSP8bFzqhb4HIk-Qrnu9naalGZ9qBEmJ8hZ6yEPk/s1600-h/DSC00118.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5278935375358794466" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcPmJzVyz63Et2lbtf_o0kRfrN4v7Oiqu9gCRCLy-efkOVLWDrDn_yms1YyezdzBmPeRXk9s9xqsblfZNC8lYySqFUa8MouJMXA7oXSP8bFzqhb4HIk-Qrnu9naalGZ9qBEmJ8hZ6yEPk/s400/DSC00118.JPG" border="0" /></a> É muito lindo e contrariando todas as expectativas... eu ainda não matei o cachorro, ele está muito bem. Tão lindo e cada vez mais querido. </div>Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-19807056448545468792008-12-05T10:28:00.003-03:002008-12-05T10:30:30.124-03:00Tisbe.Que sensacional. Vou ter um cachorro. É um shitzu, branco com marrom. Ontem fui vê-lo e ele é tão lindo e mimoso. Presente de Natal do meu namorado.<br /><br />Vai se chamar Tisbe (é, o mesmo Tisbe do "oh tisbe, tisbe").<br /><br />Que feliz.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-40387156242260968392008-12-04T16:17:00.002-03:002008-12-04T16:19:08.225-03:00Da Fabi.Queridos amigos Garda, Dai, Jai e Fran,<br /><br />Lembro dos olhares de vocês no dia em que eu cheguei e disse que ia deixa-los. Que já estava resolvida em sair da Prefeitura e tentar a sorte de outra forma. Sai de lá, de alma lavada, mas sem nunca esquecer de vocês. Por vezes, aqui no meu novo ganha pão, falo nos meus amigos de Santa Maria e lembro do Garda e da Jai conversando comigo, me enrolando para preparar a minha festinha de despedida.<br /><br />A notícia de que perdemos mais um amigo da nossa SeCom, ainda me sinto no direito de chama-la assim, me fez repensar a escolha que fiz e ver que, sim, sinto muito falta de vocês. Pensar que o Schuster, ao contrário de nós, não está distante alguns quilômetros, mas foi para um lugar que ignoramos, me faz pensar na transitoriedade dessa nossa estada terrena. Chego a lembrar das vezes que reclamamos do gênio do Cavalo, e questionamos a idéia obsessiva de se aposentar. É duro pensar que ele teria só um mês de vida para curtir como aposentado. Chega a ser irônica esta vidinha!<br /><br />Escrevi esta mensagem para dizer q, de alguma forma, sempre teremos um laço nos unindo. Nunca esqueceremos dos dias vividos na SeCom, nem das nossas risadas, lanches coletivos, episódios cômicos com o carro que não funcionava e sempre nos deixava na mão. Sei que pode parecer utópico, mas acho que mesmo o Cavalo nunca se afastará de nós.<br /><br />Quero que vocês saibam que nunca os esquecerei, foi preciso um colega morrer para eu dizer isto (que coisa!) e que se precisarem de mim, de uma palavra, um gesto, podem contar comigo. As minhas três ex-estagiárias favoritas, hoje minhas nobres colegas de profissão, e o meu amigo que adora tirar sarro da vida e sempre está pronto para ajudar e dar uma idéia boa, sempre estarão no meu pensamento.<br /><br />É isto amigos, a vida passa, os cenários mudam, as pessoas nascem e morrem diariamente, mas isto não significa que vamos esquecer dos verdadeiros sentimentos e amizades.<br /><br /><br />Saudade grande de vocês<br />Fabi<br /><br />* saudades também.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-40977507866266516772008-12-01T13:17:00.001-03:002008-12-01T13:19:36.365-03:00.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvQDuVaEDALqmgc5xyUgHpotE0jT4sa1-NUp93lyDDLHTUsOwGx6Tbl3TmWiJmXBgalzeZOwQqN4si64wvoK6jIntwKWQuck3iptMQOITRimk6LHTZBdR00CSkb4NuYHLSdm9qxw4ohITN/s1600-h/dai.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5274857067788539426" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvQDuVaEDALqmgc5xyUgHpotE0jT4sa1-NUp93lyDDLHTUsOwGx6Tbl3TmWiJmXBgalzeZOwQqN4si64wvoK6jIntwKWQuck3iptMQOITRimk6LHTZBdR00CSkb4NuYHLSdm9qxw4ohITN/s400/dai.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsBml5tdEdyit3IUkrmvZUKV3gdl79eDmxL74HekgHB8eUsIzaz0reYVHxixMhy9Z-QY35T8FgX3X-Z3ymXsG190d42mqgSB3cHC8Qjo0MFNpeHKJ0YEs1dv5mrhf1OZlxkCRtz2s0W89j/s1600-h/dai.jpg"></a><br /><br /><div></div></div>Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-46992883910091430122008-12-01T13:06:00.000-03:002008-12-01T13:07:16.738-03:00Minha lixeira tão querida.Gosto e não gosto do sistema de recolhimento de lixo através de contêineres. Senti-me ofendida, invadida e, principalmente, obrigada a usar as novas lixeiras. Domingo de tarde saí do meu prédio e notei que a lixeira estava fechada, não somente com a tampa para baixo, mas também com um arame impedindo que fosse aberta. Depois disso, corri os olhos pela rua para ver onde estava o recipiente no qual, a partir de agora, terei que colocar o lixo. Para minha surpresa enxerguei dois, em lugares que de início não me agradaram. Um à direita, na outra quadra, depois de atravessar a rua, e o outro à esquerda, na esquina, depois da descida da ladeira.<br /><br />Resumindo, terei de atravessar a rua, ir até a outra quadra ou descer e subir a ladeira para depositar o lixo nos contêineres. Parece egoísmo e é egoísmo. Não gostei da idéia de ter que caminhar mais para fazer o que habitualmente fazia somente indo até a frente do prédio. Mas para isso já arrumei uma alternativa: quando sair às 9h45 ou às 13h45 para trabalhar, levarei o lixo até o fim da ladeira e o depositarei no contêiner. Como vai ser no caminho não precisarei subir a aclive novamente. Fazendo isso acho que este sistema fica como colocar o lixo nas cestas nos horários determinados pelos condomínios. Pelo menos para mim fica assim.<br /><br />Tudo bem, é melhor para a cidade, para o embelezamento do município, para a limpeza, para organizar o espaço público, para que os cachorros não mexam no lixo, mas precisava lacrar a minha lixeira e me obrigar a seguir as regras impostas pela prefeitura e PRT? Não gostei de cartinhas na minha caixa do Correio “ensinando” como se comportar com o novo sistema de coleta.<br /><br />Desde sábado tenho visto algumas cenas interessantes, e por que não dizer, engraçadas. Casais nas ruas colocando o pé na alavanca para abrir a tampa e ver o que tem dentro. Vai ver pensam que vai sair um anão coletor de lixo que mora ali dentro. Acho que sem querer pensei nisso, pois também coloquei meu pé ali. Vi gente catando o lixo de dentro do contêiner, deixando cair restos no chão e cachorros com olhos brilhando loucos para pegar. Só esperando um espaço para abocanhar o que for comível para eles.<br /><br />Observei contêineres lotados, literalmente com sacolas saindo pelas beiradas e mais alguns morros de sacos apoiados do lado de fora. Nada muito diferente dos velhos e conhecidos cestos de lixo da frente dos prédios. E sem falar no ato de colocar o lixo dentro do contêiner. Se ele está na rua, próximo a calçada, você fica com um pé no meio-fio e o outro apóia no pedal para abrir a tampa, que quando abre sai aquele cheiro insuportável, típico de lixeiras lotadas, ainda mais com este sol que anda fazendo. Ato este que faz com que a saída da frente do referido se torne mais demorada, pois você perde um pouco o equilíbrio.<br /><br />Se eu estivesse lendo um texto com este mesmo contexto, estaria pensando na pessoa chata que o escreveu, comodista ao querer a volta de sua lixeira, bonita, tão quadrada e cheia de furinhos, com uma tampa que nunca está fechada. Lembrei de quando colocaram parquímetro no centro, inúmeras reclamações eram feitas, ninguém queria, embora naquele momento e até hoje as pessoas tenham como optar. Quem não gosta de parquímetro é só colocar o carro em um estacionamento privado ou não tirar o automóvel da garagem, e acabou-se a função. Eu como não quero ser mal educada a ponto de deixar o lixo na rua ou em cima da minha ex tão querida lixeira, tenho que caminhar até a outra quadra ou até o fim da ladeira.<br /><br />Eu só queria que não tivessem lacrado minha lixeira. Acho que isso me faz não gostar mais que gostar.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-28756013040964164022008-11-18T10:33:00.002-03:002008-11-18T10:43:01.789-03:00Cores.Não sei se estou enfrentando problemas ao escolher minhas roupas, mas isso não é de agora. Vem de tempo. Tem um vestido que uso e as pessoas o chamam de lona de circo. Uma blusa que dizem ser um pedaço de uma toalha de mesa. Sexta saí com o meu vestido mais bonito e ouvi a seguinte frase: "Dai, tu sempre usa umas roupas meio diferentes, não é?". Adoro roupas coloridas, com estampas psicodélicas, flores, bolinhas, listras, o que for.<br /><br />Hoje pela manhã acordei atrasada e coloquei a primeira roupa que vi pela frente, que foi a mesma que fui ao festival de cimena ontem à noite: um vestido roxo, preto e cinza e, como estava meio frio, coloquei o casaco também. Uma jaqueta verde. Na agência ouvi um outro comentário, que não sei se foi elogio ou crítica. "Dai, como tu tá colorida hoje".<br /><br />Só respondi que estou sempre colorida. Acho que me saí bem.<br /><br />Cores, muitas cores, adoro cores.Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-84291802447052260442008-11-18T10:17:00.000-03:002008-11-18T10:18:01.600-03:00Heróis.Esta semana fomos entrevistar um senhor e quando chegamos ao local marcado, na sala ao lado havia um velório. Era uma senhora que dizem muito sofrida. Era uma movimentação meio estranha, algumas pessoas na porta como se esperassem algo ou alguém. Logo vem se aproximando um carro com placa branca, por um momento até achei que fosse da prefeitura, mas quando chegou a uma distância que meus olhos enxergassem o que nele estava escrito, vi que era da Secretaria de Segurança do Estado.<br /><br />Agentes penitenciários estavam levando o filho da senhora para o velório. Mas antes de que ele saísse do carro, desceram os agentes, armados e vestindo coletes à prova de balas. Ele desceu, algemado certamente, e foi em direção ao caixão, onde permaneceu até a benção final. Além da frieza dele, o que me chamou a atenção foi a reação das pessoas que ali já se encontravam. Todos o tratavam de uma maneira diferente, até estranha. Parecia um herói por ter vindo do presídio, era como se ele fosse mais do que todos os ali presentes. Não sei qual foi o delito ou mesmo se houve algum.<br /><br />Notei uma menina que atravessou a multidão de pessoas só para tocá-lo e dar oi. Ele mal a olhou. Não sei se foi isso realmente, mas ali ele era visto como um salvador, alguém completamente díspar. Talvez um herói por ser aquele que saiu daquela realidade, mesmo que tenha ido para outra realidade meio torta. Heróis já vi aos montes, alguns da vida real e ainda os de filmes e desenhos animados, mas nenhum podia ser comparado a ele. <br /><br />Qual a definição certa de herói? No dicionário consta, entre tantos significados, “o protagonista de qualquer aventura histórica ou drama real”, “homem elevado a semideus após a morte, por seus serviços relevantes à humanidade”, “personagem preeminente ou central que, por sua parte admirável em uma ação ou evento notável, é considerada um modelo de nobreza” e, ainda, “personagem masculina principal de um drama, poema ou romance”. Agora, conversando sobre o assunto, uma amiga mencionou sobre ter heróis de verdade e de mentira. Os de mentira seriam personagem de desenhos animados e o de verdade seria seu avô.<br /><br />Não sei se meus personagens preferidos chegavam a ser heróis, nunca liguei muito para isso, ou pelo menos não os nominava desta maneira. Gostava da princesa Sara, do Cavalo de Fogo, do Robin Wood, roubando dos ricos para dar aos pobres e também por ele ser engraçado, e, ainda, o Papai Smurf e a Smurfete, o primeiro porque mandava e ela porque era a única menina. Mas fica interessante pensar sobre o assunto quando crescemos, porque os conceitos mudam, muito em função dos olhares e as experiências mudarem. E se mudam, que bom, pois a mudança faz parte da evolução. Me atraem as mudanças que resultam de qualquer tipo de reflexão e quando demonstra, de uma forma ou de outra, evolução.<br /><br />Hoje ficaram na lembrança os desenhos animados; não que os tenha abandonado. Atualmente os heróis são outros. Talvez sejam adultos ou mesmo crianças, que enfrentam todas as formas de preconceito, que batalham dia após dia para não caírem no esquecimento do mundo e retirarem dele o que necessitam para uma vida minimamente digna. É aquele velhinho cuja imagem nunca se perdeu na minha mente, de pés rachados entrando no ônibus, ou meu pai me buscando de bicicleta no colégio e me levando para a obra onde trabalhava para esperarmos a hora de ir para casa.<br /><br />De alguma forma, torta ou não, para alguns aquele jovem é herói.<br /><br />(publicado em <a href="http://www.claudemirpereira.com.br/">www.claudemirpereira.com.br</a>)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4186291230096669895.post-90290564463133046392008-11-14T14:15:00.000-03:002008-11-14T14:18:41.381-03:00Por favor, convidem os aniversariantes.Adoro aniversários. Gosto da movimentação dos dias anteriores. Na verdade, gosto mais disso que propriamente do dia das comemorações. No meu aniversário fico contando os dias e as horas. Falo para todo mundo, faço planos que nunca saem do papel ou da minha cabeça. Neste ano, no 21 de setembro, dia da Árvore, não saí de dentro de casa, a não ser para almoçar. Os únicos dois presentes que ganhei foram dados na sexta-feira anterior, um vestido e um cinto. E isso nem é em tom de reclamação, tenho vergonha de ganhar presentes, não sei o que fazer nem o que falar.<br /><br />Se não gosto do presente não sei disfarçar, prefiro não ganhar a ter atitudes falsas. Tenho várias experiências com aniversários (dos outros), que vão desde bolo de banana até... Tinha uma vizinha que morava em Caçacã, uma localidade de São Borja, e vinha fazer a festa do aniversário dela na casa da avó, a dona Zeli. A mãe dela, em um destes aniversários, fez um bolo e achou que estava abafando. Um bolo de banana. Não que seja ruim, mas para as várias crianças que lá estavam, oferecer um bolo de banana é como oferecer cebola ou camarão para mim. É pedir para receber um não bem redondo como resposta.<br /><br />Também tenho algumas experiências mais recentes em comemorar aniversários de amigos sem que os mesmos estejam presentes. Uma vez fizemos uma festa para um colega, e como na Secom as festas de aniversários eram surpresas, ele não sabia. Depois de muita espera, bolo, salgadinhos e refrigerantes, veio a notícia de que ele estava viajando. Por um lado foi bom, pois o bolo, ou melhor, os bolos de R$3,90 cada eram horríveis, beirando o pão com chimia. Nada contra pão com chimia (adoro pão com chimia de abóbora), mas é pão com chimia e não bolo de aniversário. Os salgadinhos também não eram dos melhores. O padeiro era o mesmo.<br /><br />A Lurdes também já nos viu algumas vezes em seu bar comemorando o aniversário de pessoas ausentes, seja porque comemorar conosco não estivesse nos seus planos ou pelo simples fato de não terem sido convidados. “Cadê o fulano?”. Eu respondo: “Ops, esqueci de avisar que iríamos comemorar o aniversário dele”. Enfim. São coisas da vida. Ontem era aniversário de uma colega de trabalho, adorei a parte de ficar pensando no que faríamos para ela. Docinhos? Salgados?<br /><br /> “Numa festa de aniversário, apareceu, entre números de piano e canto (ah! delícias dos saraus de outrora!), apareceu um mágico com a sua cartola, o seu lenço, bigodes retorcidos e flor na lapela. Nenhum de nós se importaria muito com a verdade: era tão engraçado ver saírem cinqüenta fitas de dentro de uma só... e o copo d'água ficar cheio de vinho...Edmundo resistiu um pouco. Depois, achou que todos estávamos ficando bobos demais. Disse: "Eu não acredito!" Foi mexer no arsenal do mágico e não pudemos ver mais as moedas entrarem por um ouvido e saírem pelo outro, nem da cartola vazia debandar um pombo voando... (Edmundo estragava tudo. Edmundo não admitia a mentira. Edmundo morreu cedo. E quem sabe, meu Deus, com que verdades?)”. Este texto foi escrito por Cecília Meireles, nascida em 7 de novembro de 1901 e falecida em 9 de novembro de 1964.<br /><br />Hoje é aniversário do meu amor, que me enche de alegria todos os dias. Não tenho chapéu de mágico, não sei tirar pomba de cartola, mas vou colocar meu vestido mais bonito e a sandália nova para comemorar com ele. Fazer a entrega dos presentes que passei a semana toda envolvida, sem saber o que comprar, pensando se ele vai gostar das minhas escolhas.<br /><br />* Espero que ele não esqueça e que eu já o tenha convidado...<br /><br />(publicado em <a href="http://www.claudemipereira.com.br/">www.claudemipereira.com.br</a>)Daiani Ferrarihttp://www.blogger.com/profile/00006066535104329520noreply@blogger.com0