Meio estranha...
"Não me lembro mais onde foi o começo, foi por assim dizer escrito todo ao mesmo tempo. Tudo estava ali, ou devia estar, como no espaço-temporal de um piano aberto, nas teclas simultâneas do piano. Escrevi procurando com muita atenção o que se estava organizando em mim e que só depois da quinta paciente cópia é que passei a perceber. Meu receio era de que, por impaciência com a lentidão que tenho em me compreender, eu estivesse apressando antes da hora um sentido. Tinha a impressão de que, mais tempo eu me desse, e a história diria sem convulsão o que ela precisava dizer. Cada vez mais acho tudo uma questão de paciência, de amor criando paciência, de paciência criando amor."
(Clarisse Lispector)
Talvez eu esteja um pouco ansiosa com as coisas, querendo resultados precisos e rápidos. Talvez eu esteja querendo sentir coisas que antes eu sentia com a mesma velocidade de um carro de fórmula 1. Paciência nunca foi meu forte. Preferiro a impaciência, a busca incessante de locais e objetivos a chegar.
Essa minha inércia, que tanto repudio, tem me tirado a vontade de envolvimento em qualquer coisa. Volto ao primeiro post deste blog. Vontade de coisas novas, algo que me renove. Vontade de achar e desfrutar do pote de ouro no fim do arco-íris.
Vontade de...
Vontade de fazer...
Vontade de ser...
Sei lá... vontade de algo que não sei, que nunca vi, que nunca tive... talvez anseio sentir o que sentia, ou ter o que tinha... se bem que na verdade nunca soube o que realmente era meu, ou do que eu fazia parte...
Os pontos de interrogação se fazem presentes. Nesses dias, com este humor, sempre lembro de uma frase: às vezes as coisas mudam no espaço de um simples grito, antes que a gente se acostume com elas...
OBS: Não estou me entendendo hoje...
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