Revirando rotinas.

domingo, 10 de junho de 2007

Roda gigante


Em uma manhã de domingo ela levanta a ao se olhar no espelho passam pela sua cabeça todos os passos dados durante a última semana. Ela lembra das idas ao parque, onde andar na roda gigante era seu melhor divertimento. Ela podia ver as pessoas de cima, e ter uma impressão exata do quanto era bom estar lá embaixo, junto aos outros.

Também lhe vieram a cabeça todos os momentos em que esteve junto ao seu amor. Um menino que não merecia tudo que ela havia feito de ruim. Ela sentia-se envergonhada por ter dito que ele era apenas uma brincadeira. Brincadeiras divertem. Ela teria dito que nem isso ele fazia mais. Nem divertir a bela moça ele conseguia. Palavras dela que feriram o menino de morte.

Tudo a sua volta começou a rodar. Os vidros de perfume em cima da pia começaram a despencar e virar cacos espalhados pelo chão. A escova de cabelo, uma relíquia que ganhou da avó, mais parecia um espelho todo quebrado, onde somente a armação em volta permanecia. A menina, sempre tão séria e serena, começou a se desesperar. Não entendia o que estava acontecendo. Começou a gritar. Não sabia por que gritava, não havia mais ninguém em todo aquele imenso lar que pudesse ajudá-la.

Aos poucos as coisas foram ficando novamente estáticas. Os perfumes voltavam do chão e se posicionavam nos seus devidos lugares. A escova novamente possuía os detalhes que ela e sua avó tanto conheciam. Enfim, tudo normal. Foi quando ela abriu os olhos e viu que aquilo era apenas um sonho. Tudo continuava igual. Aula. Trabalho. Rotina. Festas.

E ela nem gostava de roda gigante...


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