Revirando rotinas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Importado do blog da Jai.

23/10/2008

Palhaços
É impressionante o circo montado em torno da morte da Eloá. Todos os jornais, sites, canais só falam nisso. E é mais incrível ainda que os mesmos erros estão sendo cometidos, principalmente pela imprensa. As notícias se repetem, cansam a gente, nos limitam, nos confundem. Li algumas críticas com relação a atuação do "quatro poder" neste caso - e que também aconteceu no caso Isabela e em tantos outros -, e concordo plenamente.

"Fomos" responsáveis por boa parte da tragédia em Santo André, sem dúvida. Os links ao vivo em tv aberta, informações minuto a minuto na internet, tudo isso, querendo ou não, deu armas para o delinqüente Lindemberg. Ele sabia de tudo que acontecia ao redor dele, graças a "nós". O seqüestrador virou celebridade! E os próprios policiais também se sentem assim!

No fim de tudo, somos os palhaços deste circo, com direito a nariz vermelho e sapato grande. Digo nós, telespectadores, ouvintes, leitores, cidadãos. E aí eu me pergunto: até onde vai a liberdade de expressão? Até que ponto vale a busca pela audiência? Não acabaria no momento em que interferimos na liberdade e integridade do outro?

Postado por Jaiana.

Os 9 comentários:

Marielle disse...
Em situações como estas sinto vergonha pela profissão que escolhemos, sabe? Criamos verdadeiros monstros, fazemos as pessoas engolirem qualquer merda como notícia, fazemos do sofrimento de uma família um verdadeiro espetáculo onde milhares de pessoas saem de casa pra ver um corpo de uma jovem em um caixão... Nossa, quantos desempregados existem no Brasil, não?! Milhões de pessoas em frente à TV assistindo espetáculos de Isabelas, Eloás, Nayaras, crise econômica. Não dá pra tocar outra música, não?!É mana, nossas inquietudes são as mesmas de 4 anos atrás, né?!Beijão!
27 de Outubro de 2008 04:27

A Fernanda disse...
Eu escrevi isso na aula de sábado! =

Utilizando o circo como referência! =Seria influência dos astros? = Ou gênios tendo boas idéias? =D

27 de Outubro de 2008 08:57

Jaiana disse...
Pode ser influência dos astros e dos gênios, afinal somos arianasm nascidades no mesmo dia e cidade! :D hahahahaha Coisa linda isso! (L)

27 de Outubro de 2008 09:09

Daiani Ferrari disse...
Muito fácil falar que é circo e coisa e tal. Mas na nossa condição de jornalistas o que temos que nos perguntar é se aceitaríamos isso durante nossas rotinas de trabalho. Se nós fossemos as pessoas responsáveis pelas coberturas destes fatos, faríamos o que vimos na TV?

Eu também não acho isso plausível, mas me pergunto o que eu faria se estivesse na pele daqueles jornalistas, com editor e ideologia da empresa pesando em cima do meu trabalho. Eis a grande questão...

29 de Outubro de 2008 10:24

Jaiana disse...
Aham, concordo plenamente! Por isso - pelo menos até agora - não penso em fugir do que acredito, das minhas ideologias, crenças, das coisas que aprendi em 4 anos de faculdade, enfim. Por tudo, não conseguiria trabalhar num lugar onde eu não tivesse uma certa "autonomia" pra dizer "isso não faço".

Pode ser que um dia eu mude de idéia, até porque estamos em constante mutação, e a necessidade pode me levar à isso.

Penso que nós, como jornalistas e telespectadores, não podemos dar audiência pra essa palhaçada. E entendo que a culpa, nem sempre, é do jornalista, mas da empresa a qual ele representa.

Enfim, muita discussão em torno do assunto. hehehehe Deveríamos lançar um fórum no blog. hahahaha

29 de Outubro de 2008 10:47

Daiani Ferrari disse...
Pois é. Temos que definir qual nossa posição diante destes fatos que se apresentam. Às vezes dar tchau e gracias ao que nos incomoda é o mais certo, mas e será que a necessidade vai fazer com que façamos isso?

Eu, na situação que me encontro hoje, não teria pernas para isso... Mas daqui um tempo essa tão sonhada autonomia pode vir, e aí... aí sim a coisa seria diferente.

A gente quando começa a profissão ou começa a pensar nela tem uma ideologia e coloca essa "ética" a frente de qualquer coisa, mesmo que ela seja somente uma utopia.

Sei lá. O tempo vai passando e as coisas vão ficando mais claras.

29 de Outubro de 2008 10:57

Jaiana disse...
Sei que meu pensamento ainda é de estudante, militante do jornalismo correto, e que isso pode mudar. Não adianta, prefiro a mídia alternativa do que a "grandona", como diz nosso amigo Claudemir.

E é nessa mídia que quero ficar. Não pretendo trabalhar só por dinheiro, num lugar onde não possa fazer o que é certo! Tanto que já larguei um emprego justamente por isso.

Acho que agora podemos falar da indústria cultural. Porque todo esse debate vai acabar nas teorias da Escola de Frankfurt. hahahahaha

29 de Outubro de 2008 11:05

Daiani Ferrari disse...
E tu sabe que ontem eu li uma revista sobre comunicação e vi um assunto que muito tenho visto e até já tentei me aventurar num projeto similar (pena que não rolou).

Os jornais alternativos, populares. Um contraponto dos veículos que baseiam seu trabalho no lucro e nos investimentos para desbancar o concorrente. Vamos fazer um movimento e juntar os "legais" e fazer um jornal de bairro, um jornal de ônibus, uma folha de papel que seja com informações e ver no que isso dá?

29 de Outubro de 2008 11:26

Jaiana disse...
Eu acredito muito nisso e sou parceira! hehehehehe

Penso que o veículo de comunicação pode até ter uma grana boa de investimento, grandes patrocinadores, mas que isso não seja o principal pra mantê-lo, muito menos sirva de "linha editorial".

Por isso que adoro ler Carta Capital e Caros Amigos, porque eles mostram exatamente o outro lado de tudo. Denunciam, doa a quem doer, e não deixam de ter patrocinadores e tudo mais.

Dava tudo pra trabalhar num lugar assim (no bom sentido, lógico). hahahahahaha

29 de Outubro de 2008 11:40

1 Comentários:

  • HAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHA

    Que discussão profunda, mio dioooo! Até me deu vontade de começar a estudar de novo. Começou a falar em Frankfurt, indústria cultural, Adorno e todos esses caras, fiquei com o pé que é um leque.

    "Só nós duas" mesmo. (vn)

    Por Anonymous Anônimo, Às quarta-feira, 29 outubro, 2008  

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