Revirando rotinas.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Clarisse (2)


"Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo"

(Clarisse Lispector)

Pois é... tem vezes que a burrice deve prevalecer aos fatos, aos incômodos e às dúvidas que volta e meia povoam minha cabeça. Será que as pessoas são sábias ou estúpidas ao julgar os demais como burros ou inteligentes? A inteligência deveria ser usada para bons fins e nunca deveria ser subestimada. Acredito que uma das maiores dores do ser humano seja não saber que atitude tomar por não saber que resultados terá. Serei "burra" para não ver e agir frente ao que me incomoda? Ou serei inteligente e arcarei pela constestação do que acredito?

* Sou duas...

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