Revirando rotinas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

MM.


Na crônica deste final de semana de Martha Medeiros (MM), na Zero Hora, ela fala da solidão causada pelos serviços de tele-entrega", "personal faz tudo"... e coisas do gênero. Fala da comodidade de querer algo e em instantes este algo estar em sua casa, ou em um piscar de olhos a solução para seus problemas estar a postos para tanto.

Praticidade? Comodidade? Sim. Mas e o gosto de sair de casa numa noite de sábado para comprar sorvete, como fizemos? É muito mais engraçado e divertido ir até o local, conversar com o atendente, fazer confusão com o troco, dar risada com o sorvete derretendo e caindo dentro do carro. Sensações estas que a vida moderna está tirando das pessoas.

Modernidades que estão sumindo com as pessoas das ruas e diminuindo ainda mais as relações. Alguns entendem como relações sociais estar entre as colunas de jornais, entre as revistas mais vendidas, compradas ou melhor conceituadas. Eu não. Relação social para mim é ir na esquina comprar pão e conversar com o padeiro. Ou quem sabe, ficar horas pedindo explicações sobre um determinado remédio para o profissional responsável pela farmácia.

São essas relações que estão sendo enfraquecidas com esta moda do "peça que entregamos no local desejado. Tudo para sua maior comodidade". Hoje estava escutando em uma rádio aqui em São Borja a propaganda de uma Farmácia, que falava em entregar o medicamento em casa e sem nenhum custo adicional, tanto nas compras à vista, como nas parceladas. Foi aí que lembrei de Martha (nossa, quanta intimidade!) e suas palavras de ontem.

"Muita gente tem dificuldade de perceber o momento em que uma facilidade começa a se transformar em dependência e aleijamento, e em perceber que o que era para ser pessoal começa a se transformar em solidão". (MM)

* Bom, eu continuarei indo na fruteira/mercado/padaria no térreo de meu prédio em Santa Maria comprar pão, conversar com o dono, com o moço que me traz o pão. Continuarei divagando com o caixa do supermercado enquanto passam as minhas compras e vou me apavorando com a quantidade de comida que compro, que sempre parece um exagero apenas para uma pessoa. E sem falar em ir debatendo com o cobrador do ônibus até a parada onde devo descer para chegar à Prefeitura.

3 Comentários:

  • Seguinte...Li a mesma matériq que você...me senti uma inútil, pois sou terapeuta, com trocentos cursos e pós, e o cara ganha R$300,00 por hora para ser amigo...cara eu ganho 35, 00 por hora para trabalhar e amizade sai de graça, quando um paciente não vira amigo e aí nem R$35,00. Difícil. Aí em SM tenho um montão de amigos, todos for free, fazer o quê...Mas já tive sozinha...ah que saudades...e até o barman tinha um papo legal, e com certeza os cobradores de bus e manicure sempre foram gente finíssima! Bjocas mil pra ti. Da Gabi. http://www.dicadebruxa.blogspot.com - ou www.casaemagia.blogspot.com

    Por Blogger Gabriela Yasoha, Às segunda-feira, 27 agosto, 2007  

  • Nossa! Que texto reflexivo e gostosinho ao mesmo tempo. Falta-nos tempo para abdicarmos da não-comodidade de ser humano!

    Por Blogger Juliana Correia, Às segunda-feira, 27 agosto, 2007  

  • Achei teu blog no google procurando o Claudemir. Pois ele é da mesma produtora que do nosso programa. A PAZ. E putz, adorei mesmo. Gosto de quem escreve com um bom humor e inteligência. O Dica é o blog da Minha entrada na Imembuí. meu e-mail para papear é curanatural@gmail.com...as vezes me atrapalho pois ele entope de perguntas da rádio, mas respondo...To em Santa Maria hoje até quarta, lá no Kainnon, dentro do Grêmio de Sub Tenentes e sargentos, na Venancio. Sala 14 Jogando o Tarot dos Anjos e exercendo minha atividade não mística que é a de Terapeuta Especialista (mesmo, com pós e tal) em Terapia Floral e TVP. Se quizer me linka que o teu já tá linkado no blog do Programa Casa e Magia. Se quizer te linko no meu também. Bjocas Gabi.

    Por Blogger Gabriela Yasoha, Às domingo, 02 setembro, 2007  

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