Revirando rotinas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

É como Natal.

Uma data criada pelo capitalismo com o objetivo de vender mais e mais. Assim que defino o Dia dos Namorados. Sim, foi isso que eu disse para o meu namorado no dia em que o conheci. Pasmem, mas foi exatamente isso. Fui de uma total insensibilidade. Parecia que fazia propaganda contra mim mesma. E hoje, neste momento olho para trás, em cima do armário, e vejo os presentes que comprei para ele. Contradição pouca é bobagem.


Embora tenha comprado presentes, continuo pensando isso da data. Não agüento mais ver corações nas vitrinas, escutar músicas melosas nas rádios. Dia dos Namorados é como Natal. As pessoas querem ser boas, todos são companheiros, solidários e por aí vai. Em junho tudo são flores para os casais. Depois volta tudo ao normal. Acredito que um relacionamento deve ser cultivado todos os dias, aguado sempre que acordamos, como o potinho de orégano na janela da cozinha ou o pé de roseira na sacada.


Esses dias saímos para jantar e tinha um casal na mesa atrás que, logo que cheguei, vi que não estavam muito bem. E o casal ficou me perturbando a noite toda, pois não conseguia tirar o olho deles. Ela chorava, eles discutiam, ela chorava de novo. Não sei qual a graça em namorar alguém nessas condições. O dia que eu sair de casa e ir a um lugar brigar com meu namorado, das duas uma: ou fico em casa brigando ou então repenso se devo continuar.


Aposto que eles hoje estão numa boa, felizes e sorridentes. Essa semana ela deve ter passado toda envolvida com o presente para dar a ele. Talvez até estivesse na dúvida se compraria uma calça, uma camisa ou um blusão. Ele de repente não estivesse com tanto ânimo para a compra do regalo. Mas foi às compras. Ficou balançado entre bolsas, sapatos, casacos e jóias, falsas, pois na verdade nem era dono de tantas posses a ponto de presenteá-la com jóias verdadeiras e de grifes renomadas.


Mas no final das contas devem estar bem. Esse é meu primeiro dia dos namorados namorando. Na verdade é minha primeira fase namorando também. Até onde eu conheço esta data, ela é legal. Está sendo legal, apesar do lado consumista que desperta. Saí no centro hoje e deu vontade de comprar tudo que vi pela frente. Para meu namorado? Que nada. Deu vontade de comprar tudo para mim. Essa data além de ser totalmente comercial, é um grande, como digo, “pega bobo”. As pessoas ficam muito mais tentadas a comprar coisas para si que para seus respectivos. O que mais vi foi mulheres comprando em lojas para elas e homens em lojas para eles. Se isso não é comprar para si eu não sei mais o que é. Não me habituei aos tempos modernos ainda.


Mas é assim. Capitalista. Consumista. Comercial. Todo mundo gosta. É como Natal e Ano Novo, por mais que não apreciemos muito, sempre acabamos felicitando os amigos e parentes.


(publicado em www.claudemirpereira.com.br)

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