Revirando rotinas.

sábado, 10 de maio de 2008

Precisamos sonhar.

No último fim de semana vi na Zero Hora uma matéria sobre um documentário relatando a vida de Leonel Brizola. Eu o conheci como líder do PDT, iniciado na política por Getúlio Vargas. Ouvia falar nele pelo meu avô. O nome do material, Brizola, Tempos de Luta, não sei o motivo, mas me fez pensar em jovens lutando ou não por seus ideais. Penso na época da ditadura, que não vivi, mas queria ter estado lá, ou pelo menos ter um pouco da bravura na busca por ideais. Ideais coletivos, em prol de algo maior.

Acredito que os jovens de agora, nos quais me incluo, sejam menos políticos, definindo política como as relações sociais. Claro que se for falar em política partidária é notável a alienação e desinteresse dos mais jovens. Esta semana a Justiça Eleitoral contava com filas imensas, era o período para regularização do título eleitoral e coisas afins. Jovens estavam em maior número, pelo que vi. E ali estavam por obrigação.

“Na década de 60, participar do movimento estudantil era, acima de tudo, correr riscos. Risco de perder a vida, perder a esperança, e, especialmente, perder a liberdade. Em uma época onde jovens morriam lutando por seus ideais, a união de estudantes era o caminho encontrado por muitos para dar força a suas idéias e reivindicar uma sociedade mais justa e igualitária”. (fonte www.universia.com.br )

Perder a vida? A esperança? De que adianta estar alheio às coisas que interferem diretamente em nossas vidas com medo de morrer? Aposto que quem participava do movimento estudantil não estava nem pensando nos riscos e nas perdas. Mudar está muito acima disso. Coisas pequenas quando se sabe realmente o que se quer.

Dias atrás fui a um encontro de jovens de um determinado partido político, onde encontrei meia dúzia de gatos pingados, como dizem por aí. Primeiramente achei feio aquele movimento que me foi exposto como um super-ultra-mega encontro, mas depois vi um sentido nisso. O sentido da ideologia deles, dos pensamentos e visões que eles têm, mesmo que poucos. Vantagens que levam sobre mim. Eu fui embora.

Acredito que independente de jovens ou não, nossa sociedade precisa de sonhos. Eu preciso de sonhos. Mas é muito mais fácil ficar sentada na cadeira em frente à televisão vendo o caso Isabella ou sobre o austríaco que manteve a filha prisioneira por anos. Vou sair da agência e seguir para casa sonhar um pouco. De repente sonho com o Brizola e ele me conta histórias.

(publicado em www.claudemirpereira.com.br)

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