Revirando rotinas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Minha lixeira tão querida.

Gosto e não gosto do sistema de recolhimento de lixo através de contêineres. Senti-me ofendida, invadida e, principalmente, obrigada a usar as novas lixeiras. Domingo de tarde saí do meu prédio e notei que a lixeira estava fechada, não somente com a tampa para baixo, mas também com um arame impedindo que fosse aberta. Depois disso, corri os olhos pela rua para ver onde estava o recipiente no qual, a partir de agora, terei que colocar o lixo. Para minha surpresa enxerguei dois, em lugares que de início não me agradaram. Um à direita, na outra quadra, depois de atravessar a rua, e o outro à esquerda, na esquina, depois da descida da ladeira.

Resumindo, terei de atravessar a rua, ir até a outra quadra ou descer e subir a ladeira para depositar o lixo nos contêineres. Parece egoísmo e é egoísmo. Não gostei da idéia de ter que caminhar mais para fazer o que habitualmente fazia somente indo até a frente do prédio. Mas para isso já arrumei uma alternativa: quando sair às 9h45 ou às 13h45 para trabalhar, levarei o lixo até o fim da ladeira e o depositarei no contêiner. Como vai ser no caminho não precisarei subir a aclive novamente. Fazendo isso acho que este sistema fica como colocar o lixo nas cestas nos horários determinados pelos condomínios. Pelo menos para mim fica assim.

Tudo bem, é melhor para a cidade, para o embelezamento do município, para a limpeza, para organizar o espaço público, para que os cachorros não mexam no lixo, mas precisava lacrar a minha lixeira e me obrigar a seguir as regras impostas pela prefeitura e PRT? Não gostei de cartinhas na minha caixa do Correio “ensinando” como se comportar com o novo sistema de coleta.

Desde sábado tenho visto algumas cenas interessantes, e por que não dizer, engraçadas. Casais nas ruas colocando o pé na alavanca para abrir a tampa e ver o que tem dentro. Vai ver pensam que vai sair um anão coletor de lixo que mora ali dentro. Acho que sem querer pensei nisso, pois também coloquei meu pé ali. Vi gente catando o lixo de dentro do contêiner, deixando cair restos no chão e cachorros com olhos brilhando loucos para pegar. Só esperando um espaço para abocanhar o que for comível para eles.

Observei contêineres lotados, literalmente com sacolas saindo pelas beiradas e mais alguns morros de sacos apoiados do lado de fora. Nada muito diferente dos velhos e conhecidos cestos de lixo da frente dos prédios. E sem falar no ato de colocar o lixo dentro do contêiner. Se ele está na rua, próximo a calçada, você fica com um pé no meio-fio e o outro apóia no pedal para abrir a tampa, que quando abre sai aquele cheiro insuportável, típico de lixeiras lotadas, ainda mais com este sol que anda fazendo. Ato este que faz com que a saída da frente do referido se torne mais demorada, pois você perde um pouco o equilíbrio.

Se eu estivesse lendo um texto com este mesmo contexto, estaria pensando na pessoa chata que o escreveu, comodista ao querer a volta de sua lixeira, bonita, tão quadrada e cheia de furinhos, com uma tampa que nunca está fechada. Lembrei de quando colocaram parquímetro no centro, inúmeras reclamações eram feitas, ninguém queria, embora naquele momento e até hoje as pessoas tenham como optar. Quem não gosta de parquímetro é só colocar o carro em um estacionamento privado ou não tirar o automóvel da garagem, e acabou-se a função. Eu como não quero ser mal educada a ponto de deixar o lixo na rua ou em cima da minha ex tão querida lixeira, tenho que caminhar até a outra quadra ou até o fim da ladeira.

Eu só queria que não tivessem lacrado minha lixeira. Acho que isso me faz não gostar mais que gostar.

1 Comentários:

  • Oi Dai. Curti muito teu blog, é bom de ler, mesmo! Vou visitar sempre... e esse teu texto sobre os contêiners, guria... tenho tantas considerações sobre... uma hora me manifesto também. Na real, odiei. Enfim...
    Bom "te ver". Bj

    Por Blogger Ana Bittencourt, Às quinta-feira, 04 dezembro, 2008  

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