Revirando rotinas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Artigo 1º do capítulo I.

Sou jornalista por ter vocação para isso, embora muitas vezes tenha algumas dúvidas. Acredito numa comunicação feita da forma mais ética possível, e digo ética por sustentar que a imparcialidade não existe, logo não poderia pedir que fosse imparcial. Somos seres completamente parciais e no exercício da profissão levamos certas coisas em consideração, tais como bagagem cultural, aprendizados da academia, gostos e preferências, ideologia, seja nossa ou da empresa na qual trabalhamos, e a linha que nossa reportagem tem.

Me fascina o poder da televisão e do rádio de chegar a milhares de casas, sendo os companheiros de muitas pessoas. Quando era pequena tínhamos uma televisão com imagem preta e branca que não “pegava” muito bem, eu colocava a cadeira bem na frente, ficando a uns dez centímetros da tela. Adorava televisão, e quando comecei a prestar atenção nela com o desejo de ser como os que via na tela, gostei mais ainda. Acho interessante a relação que se estabelece entre veículo e público.

Sabia que a única profissão que chegava mais perto daquilo era o jornalismo. Fui fazer jornalismo e nem sabia direito como era. Tinha ciência que lidava com a informação, mas nem sabia de que maneira ela se processava. No meio do caminho fui gostando de rádio. Fui descobrindo como ele era, sua história, como era a linguagem e me interessei. Também na metade do caminho conheci a assessoria de imprensa, que também não sabia o que era. Era uma das ramificações do jornalismo, mas desconhecida para mim. Aos poucos fui aprendendo, trabalhando e constatando a importância que a assessoria de imprensa tem para uma empresa, instituição ou pessoa.

Vejo cada vez mais a necessidade de se fazer uma assessoria de comunicação e não somente serviços de jornalista a um assessorado. Um setor com serviços integrados de jornalista, publicitário e relações públicas. Aos poucos as empresas vão optando por profissionais multifacetados, que dominem estes três campos, o que acaba reduzindo gastos e cortando o número de pessoal. O profissional que consegue reunir todas estas tarefas acaba sendo mais bem remunerado, mas eu ainda acredito que a união de profissionais faça o trabalho render mais, traga mais dinâmica e criatividade, oferecendo melhores resultados ao cliente.

Um dos ganhos dos últimos anos da cidade, com certeza, foi o trabalho que se estabeleceu na Secretaria de Comunicação do município. Quando se passou a fazer jornalismo de verdade para informar as ações, prestar contas e responder os questionamentos da cidade. Os colegas que antecederam meu tempo e os que vieram depois de mim fortaleceram e estreitaram, e nisso me incluo também, os laços com a imprensa, que soube a quem recorrer nas mais diversas situações. Passou a ser uma referência e somente estava cumprindo seu dever.

É direito de toda a comunidade santa-mariense ter acesso às ações da prefeitura. Por isso, deixo aqui meu protesto quanto à extinção da Secretaria de Comunicação pelo governo que se inicia em 1º de janeiro. O direito à informação está expresso no artigo 1º do capítulo I do código de ética da categoria. Ele assegura “o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”.

Não sei como vai ser, mas espero que meu direito à informação seja respeitado.

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