Revirando rotinas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Simples assim...

Lendo a entrevista de Lya Luft na Zero Hora encontrei uma resposta com a qual me identifiquei. Ela diz ser “uma alma complicada em busca de simplicidade”. Acredito que as pessoas seriam muito melhores se fossem simples, se não complicassem o que pode ser fácil. Ninguém precisa agir da forma como os outros determinam, seguir convenções que alguém inventou, dançar conforme a música sem nem saber dançar e o porquê disto.

Quem sabe fugindo do que parece senso comum, ditos populares, ou pré-conceitos e seguindo o coração se viva melhor. Talvez esteja aí o grande segredo do bem estar que acredito ser primo irmão da simplicidade. Estou tentando fazer isso. Há algum tempo tenho me limitado a viver por mim e pelos meus. E tem dado resultado. Até ao me olhar no espelho vejo outra imagem. Vejo uma pessoa feliz e realizada. Sinto-me até mais bonita.

Esta simplicidade que hoje vejo em mim já tentaram tirar. E parece que aos poucos, sem que nos demos conta, vamos mudando e agindo mecanicamente, sem vontades e sem emoção. E como é triste não ter emoção e não ser intenso naquilo que fazemos. Sou intensa, e quando não sou é porque algo está errado.

É feliz quem ri de si mesmo, coisa bem simples. Eu rio de mim mesma e bem alto, faço coisas bobas, passeio com o cachorro, olho desenho animado, como arroz e feijão, falo o que sinto, até quando tenho dor de barriga. Quem nunca teve dor de barriga não é? Eu tenho sempre. Aos poucos minha alma vai se descomplicando. Hoje ela é muito mais simples, e aposto que ainda vai ser muito mais.

* Em tempo... hoje estou realizada, mas ainda quero mais da vida... nada muito complexo. Só desejo uma família com marido, filho(s), um cachorro, e um emprego que me dê a oportunidade de ter umas férias legais no fim do ano. Só isso... coisa bem simples.

Para constar.

Só para constar, todas as sextas-feiras textos meus poderão ser vistos no site www.claudemirpereira.com.br

* eu só escrevi que era uma surrupiadora de carrinhos de supermercados e fui parar lá...

Estranho.

Muito estranho escrever com compromisso de mandar para algum lugar. Falo isso me referindo a escrever subjetividades, embora qualquer texto esteja repleto delas. Quando escrevo somente para este blog tenho a certeza de que algumas poucas pessoas vão ler. Poucas mesmo, e amigos, que se não gostarem ou acharem uma bobagem vão se pronunciar ou apenas pensar que é uma guria idiota a escrever coisas idiotas.

Mas escrever para que outros leiam dá uma certa insegurança. Dúvida sobre o que escrever é o mínimo. Mas foi. Não sei se bom ou ruim, mas foi.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Seu Assunção.

Sendo alguém que acredita nas pessoas, bom ver a capacidade que elas têm de se emocionar. Bom ver os olhos rasos d'água diante de uma criança com olhar triste e os pés sujos, chinelos gastos e vestes velhas, que vaga por aí.

Cada vez que vejo um senhor de olhar cansado, judiado da vida, lembro do seu Assunção. Meu avô. Recordo ele ali com a enxada, tirando a sujeira da volta dos pés de mandioca e escolhendo as mais novas pra mim e o Miguel. Uma vez indo a Camobi vi um senhor, que de costas, me lembrou muito o vô. Volta e meia sonho com ele e isso é uma das coisas que me emocionam.

Não sei o motivo da lembrança de hoje. Esta nem foi uma noite em que ele apareceu nos meus sonhos. Mas foi olhando um filme que me emocionei (sim, eu choro olhando filmes) e ao escrever sobre emoção lembrei dele.

* a criança que falei acima vi na Saldanha Marinho esta semana...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Surrupiadora de carrinhos.

Ontem fui ao Big. Enquanto tomava mate, conversava, e olhava o mercado com atenção pois sou fascinada por mercados, resolvi procurar pão integral, light, de grãos, preto, algum pão desses que as pessoas que querem emagrecer compram (como se adiantasse comer esse pão). E eu estava com um carrinho que vinha empurrando desde a entrada do mercado, mas ele ainda estava vazio. Foi eu virar as costas para olhar os pães na prateleira e alguém surrupiou meu carrinho. Foi com se ele tivesse sido tragado pela terra.

Eu até fiquei brava, mas num surto de compreensão com o ocorrido, lembrei que há poucos dias eu fiz a mesma coisa. Eu não sei se a ação do surrupiador de carrinhos foi como a minha, mas eu premeditei tudo. Eu vi no corredor de pneus para automóveis um carrinho vazio, desprotegido, sem ninguém por perto. Olhei para um lado, para o outro, para trás e para frente. Não vi ninguém. Dei alguns passos largos e rápidos e como num passe de mágica aquele carro já estava nas minhas mãos em outro corredor que não o dos pneus. No momento minha consciência pesou um pouco, mas foi um instante muito curto, talvez um milésimo de segundo, e segui, fazendo minhas compras.

Depois de lembrar com detalhes o que eu tinha feito no mesmo mercado, reconheci que eu também posso ser chamada de uma surrupiadora de carrinhos. E foi tomando consciência disso que lembrei de uma música da Pitty que diz algo como "quem não teto de vidro que atire a primeira pedra". Engraçado né? Muito fácil falar dos outros sem analisar a nós mesmos.

* e assim acabou o domingo...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Nada mais.


Casa No Campo
Composição: Zé Rodrix e Tavito

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

* Quero toda essa calma e quietude, toda a agitação que só uma casa no campo tem. Tenho gostado tanto da minha casa nova e da paz que ela me traz. É só minha, sem incômodos, sem latidos, sem tudo que me tirava a paciência. Ontem voltei à leitura que há uma boa quantidade de dias eu havia começado. Visualizei cada cena que Dostoievski descreveu no livro. Catarina me pareceu uma moçoila tão conhecida. Se não fisicamente, de alma, atitudes. Assim ele me prendeu a leitura, descrevendo cada situação, detalhe, sentimento e olhar.

De tantos ensaios que fiz de retomar velhos hábitos, ontem dei o passo inicial para dois. Eu achava que nunca se conseguia levar ao "pé da letra" o ditado "ano novo, vida nova", e não é que está sendo. A vida está boa, o trabalho também, o amor está ótimo. A casa nova está muito boa. Até a máquina de lavar está ficando nos "trinques". E ela estava judiadinha... Aos poucos tudo se ajeita.

"... meus discos e livros, e nada mais..."

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

De morada nova.

"A vida tão simples é boa..."
e como tem sido boa a vida... simples, difícil, complicada, de qualquer jeito estou encarando... a casa nova renovou o ânimo. Sempre quis morar perto do Parque Itaimbé, e quando escolhi o apartamento não lembrei deste detalhe. Foi indo ao mercado que cheguei em uma esquina e vi o Parque, com suas quadras, crianças brincando, cachorros, gente tomando mate. Uma zona só... mas gostei, como sempre achei que gostaria. "Adoro este lado do Parque", lembrei.

* De morada nova, com sentimentos e ânimo renovados.