Revirando rotinas.

sábado, 29 de setembro de 2007

"Pra sair no jornal sora".

Pois e pensamos que só adultos são capazes de ser cruéis. Hoje estava em uma pauta, a limpeza da Sanga da Aldeia, no bairro Patronato. Estavam participando alunos da 4ª série do Instituto Padre Caetano. Teve um menino, o Jonas, que me viu fazendo fotos e queria que eu fizesse uma foto dele "pra sair no jornal sora (professora)". Pois bem, resolvi conversar com ele para acrescentar na matéria uma declaração de quem estava colocando a "mão na massa".

Ele me falou sobre a importância dos cuidados com o lixo. E ainda me comentou que seguidamente vai a locais próximos à Sanga com sua mãe, que é uma catadora. E no meio da curta conversa, várias outras crianças chagaram ali também. Bom. Qual foi meu espanto? Quando Jonas me falou que tinha a mãe catadora, outro menino que estava ao lado dele começou a debochar por ele ter uma mãe que recolhe materiais reciclávies, ou lixo, seguindo as palvras dele.

E Jonas foi ficando com vergonha... como sempre digo, foi se enconlhendo, se encolhendo... ai me deu uma sensação tão ruim. Foi uma brincadeira, eu acho que foi em tom de brincadeira, mas machucou o guri. Deixou ele com vergonha. Eu não sou muito de ligar para essas coisas, não sou de me importar com isso, mas me causou um certo desconforto. Sou uma pessoa de boa fé. Acredito nas pessoas e nunca vejo maldade. Coitada de mim!

Fiquei pensando que de onde a gente menos espera vêm coisas ruins ou coisas inesperadas. Aí já me lembro de um fato que me aconteceu ontem mas que não cabe colocar aqui, mas me espantou também.

E digo mais, o menino é amigo de Jonas. Se um amigo faz isso... a quem se pode chamar de amigo? talvez nem complete os dedos de uma mão. Comigo é assim. Poucos mas bons.

* E quanto às surpresas... que não tenham o mesmo efeito de um balde de água fria. Uma vez já basta, duas eu dou tchau e gracias.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ah coração.

Acho que foi no momento de pegar a bicicleta que me virei e vi o que tanto queria ver.
Foi no momento da virada que tudo que era ruim ficou para trás e veio a luz, tão radiante quanto o sol que está sobre as nossas cabeças hoje, depois de três dias (ou alguns mais) de tempestade, de incertezas.

Este sol que ilumina, também anima. Acho que os 25 chegaram com força total.
Vieram junto com o refrão de uma música do Roupa Nova: "Ah coração, se apronta pra recomeçar..."
Sempre Roupa Nova.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

25. E não é o amigo novo.


Ai.
Hoje faço um quarto de século.
Acho que me sinto mais velha.
Ahhhhhhhhhhhhhh, claro que não.
Continuo a mesma.
Que chora,
ri,
grita, e muito,
escreve,
dá risada.
Que acredita que contos de fadas existem, embora ainda não tenha estado em nenhum.
E não é a mesma de ontem.
É a mesma de alguns anos.
Não falo sobre responsabilidade, aprendizado profissional, ou qualquer coisa afim.
Falo de índole, sonhos, jeito de pensar e viver a vida, mesmo que de maneira meio "torta" às vezes.
E falando em índole e coisas afins. Anda feia a coisa aqui, perto da Prefa.
* Sem pedras e sem pontos finais

Aproveitadores.

Li a palavra do título no blog de alguém e lembrei que gosto muito dela. Acredito que tenha uma sonoridade interessante. Dá para encher o peito de ar (segundo o professor de ioga, uma respiração peitoral) e falar bem alto, gritar aos quatro ventos ou quantos ventos forem, que ficará bonito. E também venho relatar um fato que não me agrada nenhum pouco e que tem relação com a palavra. Como é de conhecimento de quase todos os poucos que passam os olhos pelo meu blog, sou jornalista, e trabalho na assessoria de imprensa da Prefeitura.

Nosso trabalho consiste em fazer notícia dos acontecimentos da administração e repassar aos veículos de comunicação como sugestão de pauta. Ponto. Não assinei nenhum contrato, nem está especificado na minha portaria de admissão assinada pelo então Prefeito em exercício, Werner Rempel, que eu tenha que redigir textos e enviar para os jornais, impressos, televisivos ou radiofônicos, para que sejam usados e assinados por outras pessoas.

Essa não é a primeira vez que acontece. Muito menos a segunda ou terceira, ou décima. Lembro quando ainda era estagiária. Fui escalada para um evento importante, com diversas autoridades de fora da cidade. Fiquei com medo. Tinha recém entrado para a assessoria. Mas fui. Como sempre, "muito metida", conforme fui rotulada há tempos atrás (SÓ PARA LEMBRAR, NÃO EXISTE VIDA PARA QUEM É MAIS OU MENOS). Fiquei a manhã toda no tal evento. Me esforcei para fazer os dois textos, tive medo que a Fabi achasse ruim, que não tivesse ficado claro do que realmente se tratava. Mas no outro dia vi que tinha ficado bom. Foi utilizado por um jornal. Ebah, pensei. Mas no início da matéria vi um nome. Que estranho. O meu texto com outro nome. ai ai ai.

Eu sei que nossos textos são utilizados por rádios, jornais, e às vezes até a TV. Mas por favor, tenham a honestidade de não atribuir aos seus o que não lhe é de direito.

Falta de respeito com o trabalho dos outros. Aproveitadores.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Pedra.

"Num dia desses, num desses encontros casuais..."
Ai.
(perceba o ponto final)
"Talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicações"
Bei. E eu que me julgava tão resolvida. Mas este tão mudou para tão tudo. Tudo que eu queria. De novo. Ou ainda. Não sei.
Uma pedra. Eu que dei tanta risada da história da pedra. Hoje ela me fez tão saudosa. Tão cheia de vontade.
Vontade de viver de novo. Viver o que era, e o que vinha junto com este ser que era.
Um banho de chuva. Um olhar de talvez. Um abraço forte.
Ai.
E a gente deu tanta risada.
E eu acordei e decidi trabalhar.
Para esquecer. Ou para me distrair.
Não adiantou.
"Pra ser sincero não espero de você mais do que educação"
Ai.
Tão... tão... tão...
Gosto. Simples assim. Como sempre.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Gostei.

Deixei este depoimento no orkut para a Fran. Gostei. T[a a[i...

Daiani: Atualizando depoimentos...Aquela que entende os momentos de silencio... que senta na sacada e conversa sobre a mesma coisa mais de mil vezes... os instantes em que a loucura bate a nossa porta e as atos ficam tao incertos... ela esta la... e parece tao igual... tao Fran e tao doce e fragil ao mesmo tempo... No come;o foi uma parceria de aula ou festa, risadas... que aos poucos foi se tornando tao presente e tao amiga... tao ali para tudo... Engra;ado... ligeiramente engra;ado... que empresta a casa, a mae, o pai, a vo, ate a irma... Obrigada! Por tudo...
(veja bem... o teclado continua desconfigurado)
(smile assoviando)

Teclado desconfigurado.

Desde ontem quero escrever aqui, mas o teclado do meu computador est[a desconfigurado...mesmo assim escreverei.

Mas eu náo tenho o que escrever. S[o me bateu uma vontade táo grande de rabiscar algo. Faz dias que penso em amor. Mas amor? Eu sempre digo que amor nao existe. Amor homem-mulher náo existe. Ainda penso que [e uma inven;áo capitalista para vender mais e mais em datas como Natal, dia dos namorados, sei l[a. Náo vou radicalizar e dizer que náo existe nenhum tipo de amor. Amor familiar existe, este eu acredito. Mas [e um sentimento incondicional. Náo se escolhe. Simplesmente se ama.

Algum revoltadinho, como aquele que h[a alguns dias me deixou um recado perguntando o que eu andava fumando, pode dizer que sou uma guriazinha recalcada que deve ter levado um fora e agora desata a dizer sandices {a toa por a[i. Pode ser? At[e pode. Mas... Me reservo o direito de dizer o que quero, sem pedir aprova;áo ou consentimento de algu[em.

Falei. Escrevi. Vontade saciada. Agora [e hora de estudar inglës. Junior ficar[a faceiro.

* Como um vinho barato, um cigarro no cinzeiro e uma cara embriagada no espelho do banheiro... e teclado desconfigurado...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ai. (2)

E com gás...

Ai.

Em tempo... estou refugando cerveja... tequila não posso nem ver...
Água tem me feito bem.

Outros. Sim. Por favor!

Ontem Maiquel e eu fomos ao teatro assistir "Outros amores, talvez..."
Gostei. Um monólogo triste e levemente cômico. Adaptação de "Primeiro amor" de Samuel Beckett.

Esta ida ao teatro é uma das minhas tentativas de ocupar meus dias e pensar o menor tempo possível no tempo que não anda, nas coisas que não acontecem, nos dias que são sempre iguais. Além de "Outros amores, talvez..." também comecei a fazer Ioga (não sei se o correto é falar IÓGA, ou IÔGA... veja bem o portugês corretíssimo!), estou tendo minhas caminhadas quase como um compromisso, me dedicando mais ao inglês e voltando a hábito da leitura. Isso tudo aliado a minha rotina diária na Prefeitura.

Até a faxineira eu dispensei da limpeza de minhas dependências no palácio. Pelo menos que eu limpe o que sujei, não é mesmo?!

Hoje, uma sexta-feira nublada, meio quente, meio fria, é um dia daqueles em que quero fazer algo e não sei o que. Não quero ir nos mesmos lugares com as mesmas pessoas. Ponto hoje me parece chato e sufocante. As mesmas conversas de sempre não me bastam. Já sei até os sorrisos que verei, os mesmos lugares a mesa, as músicas pedidas. Ai. Cansei disso também. Talvez por hoje só. Mas cansei. Falando em sorrisos, pelo menos aquele sorriso irritante eu não veria hoje por lá...

* Outros amores, talvez... outros tudo... sim

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Muito.


Estou espantada comigo. Tenho falado muito nos últimos dias. Tem momentos em que chego cansar de tanto falar.
E tenho falado muito mesmo, muito mais que o normal.
E eu até penso que sei do que é isso... incômodo.
Ai.
* Apaguem e paguem a luz


terça-feira, 11 de setembro de 2007

Viver de brisa.

Por que será que a grama parece sempre mais verde no terreno do vizinho?!
Parece que as coisas nunca andam, ou se andam, vão muito devagar.
Cansei de esperar o tal final feliz... ou o "a tua hora vai chegar"...
Cansei.

* Vejo praia e caipira tão mais perto...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Pequenos devaneios.

- Está chegando o dia dos meus "cumpleaños". Estarei completando um quarto de século. Ai. Penso que não gosto de ter vinte e poucos anos. Gostaria de ter 33. Não sei por que. Mas estou muito mais ansiosa para fazer 33 que para os 25.

Primeiro eu queria comemorar. Agora já não sei se quero. E no dia provavelmente recusarei qualquer tipo de comemoração. Nos últimos anos no dia do meu aniversário sempre tinha coisas chatas para fazer, compromissos que só não estragaram totalmente a data pelas companhias.

- "Que bela idéia um casamento primaveril em pleno outono"... palavras de Bebel.
Falando em primaveril... ontem vi flores de laranjeira e ipê amarelo. Há muito tempo não via flores de laranjeira. Os ipês até via, mas nunca parava e pensava que eram ipês... ontem vi... achei bonito, e lembrei da primavera... estação que tanto gosto. Acho que por causa das árvores. Adoro árvores. Nasci no dia da árvore. Ainda vou fazer uma tatuagem de árvore, bem no meio das costas.

- Estou espantada com a obra do Carrefour. Estive lá na última quinta-feira. Fiquei boba (mais que de costume) com o tamanho daquilo. E hoje fiquei mais boba ainda. Liguei para o engenheiro civil do grupo francês, Nicolás Hernandez, e ele me falou que no fim de outubro deve estar tudo concluído. Bei. É muito rápido. Nada como ser um grupo muito bem provido de capital. Olele olalá...

- Acho que sei quem é Riudson Glitter. Por nome só... E tem mais gente que também sabe... na verdade me refiro a pessoa que me falou.

- E para finalizar... Deprimida. Desde a última ida ao Cerrito.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

No ar.

Dia perfeito.
Vento norte balançando os cabelos.
Sol iluminando os pensamentos.
Viagem ao que foi, que podia ter sido, ou ao que virá.
Dia dos pensamentos longes e alegres.
Dia de não fazer absolutamente nada, e tudo ao mesmo tempo.
De devaneios, que nem são tolos. E se forem, que mal tem?
Ai.
Dia sei lá eu de que...
Dia D.

* No ar, bem devagar
No ar, fácil de ver
Noir, prêt-à-porter
No ar, fácil de amar
(Pronta-entrega - Nei Lisboa)

domingo, 2 de setembro de 2007

Perfeito.

A perfeição
(Clarice Lispector)

O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.

O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.

O bom é que a verdade chega a nós
omo um sentido secreto das coisas.

Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

* Falando em perfeição... pessoas perfeitas devem ser muito chatas. Ou aqueles que a buscam também. Digo isso porque sou uma virginiana de carteirinha, e eu vivia sempre visando quadrados perfeitos, não pisar na linha na calçada. Isso sem falar em combinar meia com blusa de baixo. Eu fazia coisas absurdas.

Quando eu estava no colégio eu queria ser pefeita pois todos me viam coma a menina incapaz de tirar uma nota menor que nove. Incapaz de matar aula. Eu tinha que satisfazer as pessoas. E quando entrei naquela fase onde as meninas querem ser vistas pelos meninos, eu tinha muitos conflitos porque sempre fui a magrela da turma, a Olívia Palito. E sem falar que eu só usava calça jeans e camiseta. Isso acabava comigo. Por essas e muitas outras coisas acontecidas na "aborrecência" (eu detesto este termo, acho de uma falta de sensibilidade enorme) foi que sempre estive em constante pressão. Mas não pressão dos outros. Eu me penitenciava. E não contava para ninguém.

O mais engraçado é que de Olívia Palito, quando morei em Bagé, passei a ser aquela gordinha que ninguém quer dizer que é gorda, mas também não serve nem um pouco para magra. Tentando estar no chamado corpo perfeito, também me incluo nas pessoas que tentam se eximir totalmente de defeitos. Vivo de regime, mas já fui mais chata por isso. Outra coisa. Eu arrumava minhas roupas em categorias, cores. Organizava em montes de cinco peças, começando pelas cores escuras e chegando no branco.

Que loucura. Isso é o que não é tão feio contar. Eu fazia coisas que hoje tenho até vergonha de dizer. Sempre querendo ser perfeita. Hoje já sou mais normal. Hoje eu bebo no mesmo copo dos outros. Leio o jornal depois que as outras pessoas lêem. Vou dormir sem precisar passar o lençol. Não tenho mais pânico quando me entregam a rádio-escuta em Verdana 12. Sério, eu tinha pânico. Pânico de sair na rua eu também tinha. Minha família ia a festas e eu ficava em casa. Tinha medo do que iam pensar de mim. Tinha medo da reprovação.

Como diz o poema, eu tentava advinhar, confusa, e muito, a perfeitção. Eu achava que tudo que fazia iria me fazer uma pessoa perfeita. Com o tempo fui ver que a perfeição não existe. E se existe, os que a detém devem ser pessoas muito chatas. Gosto muito mais de imperfeição. Agora adoro sair de casa com os cabelos desarrumados. Ir na padaria de pijama. Tem dias que nem arrumo a cama. E se quero comer muito, eu como. Tudo bem que no outro dia eu morro de fome, mas como. Ainda restam fragmentos de tempos passados em mim, que aos poucos estou perdendo. Às vezes ainda dou um pulinho na calçada para não pisar na linha.

* E depois a cascuda diz que eu não preciso de psicólogo, psiquiatra, sei lá o que. Sempre falei que queria fazer terapia, mas nunca me deixaram. Mas tudo bem... agora estou mais normal... menos encucada.