Revirando rotinas.

sábado, 26 de abril de 2008

Oswaldo Montenegro.

Uma overdose de Oswaldo Montenegro. Sentimentos desconhecidos neste sábado às 11h39, deitada no sofá ao som de uma música boa. Nada de Créu ou mulheres melancias ou seja que fruta se pareçam suas bundas.

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Lua e Flor

Eu amava como amava um cantor
De qualquer clichê, de cabaré, de lua e flor.
Eu sonhava como a feia na vitrine,
Como carta que se assina em vão.
Eu amava como amava um sonhador,
Sem saber porque, e amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia amanhece, não.
Eu amava como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar.
Eu amava como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar,
Se soubesse como te encontrar.

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Condor

Quando voa o condor
Com o céu por detrás
Traz na asa um sonho
Com o céu por detrás
Voa condor
Que a gente voa atrás
Voa atrás do sonho
Com o céu por detrás

Quando voa o condor...
Ah, que que o vôo do condor no sol
Trace a linha da nossa paixão
Eu quero que seja mostrada no meio da rua e rolando no chão
Ah, que a gente despedaçe em luz
Ah, que Deus seja o que quiser
Explode a cabeça com olho de bicho mas com um coração de mulher

Quando voa o condor...
Ah, se fosse como a gente quer
Ah, e se o planeta explodir
Eu quero que seja em plena manhã de domingo e que eu possa assistir
Ah, que a miserável condição da raça humana procurando o céu
levante a cabeça e ao levantar por encanto escorregue o seu véu

Quando voa o condor...

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Bandolins

Como fosse um par que nessa valsa triste
Se desenvolvesse ao som dos bandolins
E como não e por que não dizer
Que o mundo respirava mais se ela apertava assim
Seu colo e como se não fosse um tempo
em que já fosse impróprio se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo
Se rodopiando ao som dos bandolins
Como fosse um lar, seu corpo a valsa triste iluminava
e a noite caminhava assim
E como um par o vento e a madrugada iluminavam
A fada do meu botequim
Valsando como valsa uma criança
Que entra na roda, a noite tá no fim
Ela valsando só na madrugada
Se julgando amada ao som dos bandolins

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Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir emborase transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amore a outra metade também.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Quem quer dinheiro?

Dia desses, contando quanto tinha reunido em moedas em um cofre, me dei conta do grande número de moedas de R$ 1. Outro dia fui à farmácia e recebi de troco uma moeda, que se somou às que estavam em casa. Um dia depois, no mercado, também recebi a peça metálica, prateada e com as bordas douradas, a bendita moeda de R$ 1. E no terceiro dia novamente me foi entregue mais uma moeda. Falei disso e alguém também fez um comentário sobre o número de moedas de R$ 1 que está circulando por aí. Isso não é coisa de agora, mas somente por estes dias que me peguei pensando nisso.

Pesquisando, descobri que no Brasil, somente em 2007, foram gastos R$140 milhões na troca de cédulas estragadas e outros R$ 40 milhões na produção de novas notas. Essa é uma vantagem da moeda em relação às cédulas, dura muito mais. Mas as pessoas têm preconceito (ou pré-conceito, como quiserem) com as moedas, amigas pequenas, redondas e que juntas podem se transformar em um valor “médio-bom”. No ano passado juntei quase R$200 em moedas. A moça da padaria ficou bem feliz quando fui trocar por notas, e minha reunião de moedas de agora já passou dos R$100. Como podem ver, não tenho preconceito.

Lá em 2006 o Banco Central lançou uma campanha para estimular a utilização de moedas, em vez das cédulas de papel. E não é só isso... Além da campanha, foi decidido que seriam tiradas de circulação as notas de R$ 1. Elas têm a maior circulação entre todas, o que acaba fazendo com que sejam as mais danificadas. Eu acho que isso não causa grandes mudanças na minha vida, afinal de contas adoro moedas, assim como notas.

Fazendo um contraponto às moedas de R$1, vistas a todo o momento, falo da nota de R$100. Muito bonita. Gostaria de vê-la mais vezes. No último mês fiquei com uma dessas na carteira por quase um mês, como se isso adiantasse alguma coisa. Pena que ela não pôde ficar por ali, as contas estavam chamando.

Olha como as pessoas são bobas. Não querem moedas de qualquer valor que sejam. São incômodas, pesam no bolso, pequenas, fáceis de perder e ruins de guardar. As notas de R$100 aposto que querem várias. Esquecem que cem moedas de um centavo valem uma nota de R$1, e que cem moedas de R$1 têm o mesmo valor da nota de R$100.

Se alguém ouvir a pergunta que o Sílvio Santos fazia em um programa, “quem quer dinheiro?”, duvido que pergunte se é em cédulas de papel ou em moedas.

Só para constar:
- No dia 12 de março deste ano, no site www.agenciabrasil.gov.br, foi publicado que o Banco Central anunciou que em 2008 serão colocadas em circulação 400 milhões de moedas de R$1. Com esta adição, serão cerca de 1,3 bilhão de moedinhas prateadas com bordas douradas passando de mão em mão ou de bolso em bolso.

(publicado em www.claudemirpereira.com.br)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Nemo.

Vou olhar o filme Procurando Nemo. Acho que sou a única pessoa que nunca assistiu a este filme.

Dona Zeli.

Há pouco liguei para saber da dona Zeli. Ela está bem.

A dona Zeli é uma senhora que conheci quando me mudei para o centro de São Borja e que me adotou como neta. Uma pessoa que gosto muito e volta e meio lembro. Me conhece desde os cinco anos, foi no muro em frente a sua casa que quebrei o braço pela segunda vez.

Na casa dela sempre tinha doce. Também foi onde conheci a Lisiane, e desde então somos amigas, há cerca de vinte anos. Chegava lá para brincar no pátio, um gramado com uma árvore de alguma fruta que não lembro qual, bem no meio. Eu vivia por lá, conversava com ela e com o seu Amadeu, seu esposo, mais sério e calado, de quem também gostava. Tinha também uma parreira e as folhagens, de várias cores, que usávamos para brincar de fazer “comidinha”.

De vez em quando tenho saudade das pessoas que fizeram parte da minha infância, dos que de alguma forma contribuíram para que eu esteja onde estou e seja como sou. Com certeza as brincadeiras de “se esconder”, “pegar” ou as “comidinhas” fizeram alguma coisa em mim.

Lembro do dia que levei minhas fotos da formatura pra ela ver. Ela ficou tão faceira. A neta estava se formando jornalista.

Como é bom ter pessoas que a gente leva sempre. A dona Zeli, cada vez que vou a São Borja, tenho que ir ver ou pelo menos saber como está. Ela me viu crescer, me viu chegando de manhã com os cabelos embaraçados, usando chinelo e meia.

Hoje lembrei dela, soube que está bem. Só não nos falamos porque preferi mandar um beijo a fazê-la levantar e ir até o telefone. Mas tenho certeza que ela ficou feliz.

* dia de nostalgias...

(publicado em www.claudemirpereira.com.br)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Escolhas.

A vida é feita de escolhas, não é?
Ontem disseram que não sabiam da minha vontade de trabalhar com futebol, como repórter de campo. Pois é, mas tem tantas outras coisas que gosto e nem sequer chego perto. Talvez a escolha que tenha feito tenho me impedido de tentar fazer outras coisas quem me apetecem.

Longe de mim dizer que não gosto do que faço. Gosto, foi isso que escolhi. Se foi equívocada ou não minha escolha, não sei e talvez nem venha a saber, ou descubra amanhã. Às vezes também me pergunto se não teria sido melhor Relações Públicas que Jornalista. Não sei. Escolhi o Jornalismo, embora raras vezes ele me decepcione ou eu não o faça da maneira como deveria ser feito.

Agora estou aqui pensando nessas tais de escolhas. Desde esta tarde. Mentira, desde ontem quando recebi o tal comentário que desencadeou os pensamentos, os anseios, as dúvidas, as alegrias pelo que faço. Tudo está em uma balança, mas não sei se estou querendo ver as medidas. Parece que estou com medo.

Espero que seja passageiro. Agora optei por chegar na casa do meu namorado, arrumar a cama, varrer o chão e levar o lixo. E gostei disso. Mas talvez no decorrer das ações acontecessem coisas que não aconteceriam se optasse por ficar em casa e olhar televisão.

São escolhas. Vejamos o que acontece...

* pensamentos cheios de mas...

Futebol, bom, ruim, aceitável, inaceitável, futebol

Essa semana foi intensa. Futebol por todos os lados. Grêmio perdeu domingo, Inter-SM ganhou no mesmo dia e quarta o Grêmio, tão medíocre, que novamente foi nocauteado pelo Atlético do que mesmo? Ahhh, Goianiense. Muito interessante ver a paixão pelo futebol e pelos times. Domingo enquanto me via brava, revoltada com a incompetência do meu tricolor, escutava brados ajudando o Inter-SM a seguir no Campeonato Gaúcho.

Um senhor um pouco mais acima da arquibancada em que me encontrava resolveu atirar um copo de cerveja no bandeirinha, isso a menos de um minuto do primeiro tempo. Acabou sendo execrado pelos torcedores das redondezas. Muito engraçado ele “murchando” e quase sumindo em meio aos colegas de arquibancada.

Essa foi a segunda vez que fui ao estádio. No primeiro jogo, no primeiro tempo, estava quieta. Nas raras vezes que levantava, o fazia de maneira tímida. Mas aos poucos fui me soltando e me adequando ao ambiente. Já no segundo tempo estava ralhando o juiz, soltando palavrões e assovios.

Mas o que eu queria mesmo era estar lá na beira do campo, trabalhando, segurando um microfone para dar notícias do jogo e de tudo que o envolvia. Mas tudo bem. Na condição de torcedora, enquanto assistia à partida, analisava e acompanhava situações das mais diversas.

Todo mundo acha que sabe de futebol, não é? Um menino de um pouco mais de 15 anos ditava regras aos jogadores, ao técnico e a dirigentes do clube.

Do meu lado tinha um menino que era só a bola chegar ao campo de ataque que ele dizia que era impedimento. Alguns eu até identifiquei, mas outros eram pura invenção dele. Mas é assim mesmo. Todo brasileiro é um pouco técnico de futebol, seja da seleção, do grande time da capital ou do time da cidade que busca um lugar entre os grandes. Eu também dou meus pitacos. Quarta-feira creio que até eu seria melhor que o Celso Roth. Há alguns jogos não via meu Grêmio de sempre. Mas bem feito. Como disse um dos debatedores no Sala de Redação esta semana, não dá para fazer um omelete sem quebrar os ovos.

Para finalizar... Gosto de futebol, de esportes em geral. Quem mais gosto de ler é o Hiltor Mombach, do Correio do Povo e sua coluna De Primeira. Leio desde pequena quando recebia o jornal em São Borja.

Bom, ainda tem o Inter-SM. Torço por ser da cidade, vou ao estádio, grito, ralho o juiz, falo palavrão, e vibro quando tem gol. Só não me peçam para colocar camiseta vermelha. Ai seria um pouco demais para mim. Solidariedade e paixão pelo futebol tem limite. Mas que ele tá merecendo bem mais que o Grêmio... isso, sim.
(publicado em www.claudemirpereira.com.br)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sacolas plásticas... eca!

Abaixo as sacolas plásticas de mercados. Domingo à tarde resolvo ir ao mercado. Às vezes é bom colocar alguma coisa no armário e na geladeira. Dizem que eles têm sentimentos. Fui a um super perto de casa, não comprei muita coisa, mas já na saída o primeiro contratempo com as “plastic bags”. Sabe quando elas enrolam nas mãos? Dei um jeito e segui o trajeto na direção de casa.

Na mão direita, duas sacolas. Nada de muito peso, mas em pouco tempo elas começaram a arrebentar. Como uma pessoa desprovida de automóvel, vinha pela rua equilibrando as sacolas arrebentadas, as compras balançando de um lado para o outro e ainda segurando outros três alforjes e minha bolsa. Cheguei em casa cansada, mais pelo malabarismo que fazia com as compras por causa das sacolas rasgadas que pelo peso delas. Parece que com o passar do tempo as sacolas vão ficando mais vagabundas. Será?

Além da péssima qualidade tem também a questão ambiental. Elas demoram anos para se decompor e enquanto isso ficam poluindo o meio ambiente. Esta semana (na verdade na semana passada, pois o texto começou a ser escrito no domingo, assim que cheguei do mercado) vi uma reportagem, creio que no Jornal Nacional, que mostrava a degradação do rio Tietê em São Paulo. Entre todos os tipos de lixo que foram mostrados, havia muitas sacolas plásticas.

Mas nem precisamos ir muito longe. Aqui em Santa Maria temos o Cadena. Vocês já foram embaixo da ponte da Walter Jobim, na entrada da Vila Lídia? Quem não sabe onde as sacolas plásticas são produzidas pode pensar que lá tem uma plantação de sacos plásticos, dos mais diversos tamanhos e cores.

Agora está na moda o uso de sacolas retornáveis. Pesquisei na internet e encontrei o produto em vários locais do Brasil e do mundo. Várias lojas onde, para diminuir a circulação dos sacos poluentes, é cobrado um pequeno valor por elas.

Aqui em Santa Maria uma rede de supermercados distribui um tipo de sacola retornável de forma gratuita, enquanto outras empresas do país cobram pequenas quantias, mas cobram. De repente é uma alternativa onde se “matam dois coelhos com uma paulada só”. Preservar o meio ambiente e evitar o aperto que passei vindo do mercado. Definitivamente as sacolas plásticas são feitas para quem carrega pouco peso dentro delas. Ontem (já estamos nesta semana) fui novamente ao mercado e saí com duas sacolas, cada uma contendo apenas um item sem muito peso. Os pedaços de plástico passaram no teste.

Sim... se não passassem seria eu mais uma vez brincando de malabarismo com compras no meio da rua...

P.S: Acho que a capacidade delas tem várias restrições: um produto, com peso de aproximadamente 800 gramas. Ok, a culpa foi minha... coloquei uma bandeja de carne de 500 gramas, e um suco de dois litros.

(publicado no site www.claudemirpereira.com.br)